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Maia diz que vazamento de livro é ação de Cunha para ajudar Arthur Lira

Presidente da Câmara afirma que ex-deputado difunde mentiras para desestabilizar a aliança dos partidos que apoiam a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP)

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 29 jan 2021, 19h53 - Publicado em 23 jan 2021, 16h35

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse neste sábado, 23, que o vazamento de trechos do livro escrito na cadeia pelo ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ)  é uma forma de o emedebista beneficiar a candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) à presidência da Casa. Histórias contadas por Cunha na obra foram publicadas na sexta-feira, 22, por VEJA e atribuem a Maia um papel determinante para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016.

Maia afirmou que as revelações de Cunha são mentirosas e o acusou de querer prejudicar a aliança com partidos de esquerda que declararam voto em Baleia Rossi (MDB-SP) para presidir a Câmara. “É estranho que um livro seja antecipado faltando uma semana para o processo eleitoral e que os atores envolvidos sejam aqueles que compõem o campo político oposto à candidatura patrocinada pelo Cunha”, disse Maia a VEJA. “É um livro cheio de mentiras e que deveria se chamar ‘A Sutil Arte de Ajudar o Lira’. Está provado que a coordenação política do campo do Lira conta com a participação central do Eduardo Cunha.”

Segundo Maia, a cassação do mandato e a prisão em 2016 pela Operação Lava-Jato não diminuíram a influência que o ex-presidente da Câmara exerce sobre o núcleo político de Lira. “Parentes do Cunha estão indo semanalmente para Brasília e deputados também têm viajado ao Rio de Janeiro [onde Cunha cumpre prisão domiciliar]. Ele sempre foi o grande coordenador desse grupo e continua atuando. Dessa vez, nós vimos de forma concreta a interferência do Cunha nos processos internos da Câmara. Seu livro é uma peça de ficção, mas mostra como ele sai da sombra para beneficiar o Lira”, disse.

No livro de 740 páginas e que terá o título Tchau Querida, o Diário do Impeachment, Cunha afirma que Maia organizou uma reunião em sua casa para acertar o encaminhamento do processo de impeachment de Dilma. O ex-presidente da Câmara diz que Maia estava ávido por protagonismo, o que o levou a atuar para impedir que ele fosse eleito relator da Comissão Especial de Impeachment. Cunha também aponta que Baleia Rossi teve um papel preponderante na articulação contra a petista. De acordo com Maia, as histórias narradas são todas falsas. 

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“Essa reunião nunca existiu. A decisão de abrir o impeachment ocorreu quando Cunha perdeu os três votos do PT que garantiriam a manutenção do seu mandato no Conselho de Ética. O impeachment não foi relacionado a questões políticas, mas à raiva pessoal que ele sentia do PT”, disse Maia. “Também não havia ninguém doido para assumir a comissão. Na época eu nem era líder nem comandei os processos. Ainda por cima, Cunha quer dar ao Baleia Rossi um peso político que ele não tinha. A articulação real para ganhar votos pelo impeachment na Câmara foi feita pelo Cunha com os partidos do Centrão que estavam na base da Dilma, como o PP, o PSD, o Republicanos e uma ala minoritária do PL.”

Maia acredita que Baleia Rossi não deve perder votos da esquerda por conta dos vazamentos. “Nosso bloco não olha para trás. Estamos preocupados com o futuro e para que não haja intervenções de outros Poderes nas instituições brasileiras”, disse. Ele entende que o aliado emedebista tem entre 20 a 30 votos a mais do que Lira na disputa pela presidência da Câmara.

Hoje pressionado por setores da sociedade a abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Maia não quis responder se sente arrependimento por ter votado a favor do impedimento de Dilma. “Processos de impeachment são traumáticos. É sempre melhor que eles não existam. Mas, naquele momento, eu tinha a convicção de que havia o crime das pedalas fiscais e a total falta de condições da presidente governar o país. Não adianta dizer se essa convicção mudou ou não. O que penso hoje é irrelevante”, declarou.

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