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Lupi diz que fica: “Vou carregar o caixão de muita gente”

Com o cargo a perigo após revelações de VEJA sobre desvios na pasta, ele diz que só sai 'abatido a bala'. Líder do partido ameaça deixar a base aliada

Por Gabriel Castro
8 nov 2011, 15h13

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou nesta terça-feira que, se houve desvio de recursos em sua pasta, como mostrado em reportagem de VEJA, eles foram feitos “em nome pessoal”. Tentando se segurar no cargo, o pedetista garantiu ter apoio de seu partido e disse que não cogita deixar o cargo – nem temporariamente. “Para me retirar, só abatido a bala”, disse em entrevista coletiva concedida em Brasília na tarde desta terça-feira.

“Quero saber se tem alguém no ministério que recebeu algum recurso, onde foi, como foi. Garanto que terá feito – se tiver, o que não acredito que tenha acontecido – em nome pessoal”, afirmou Lupi. Ele admitiu que “um funcionário aqui, outro acolá” pode ter ligação com as irregularidades, mas disse que não há qualquer relação da estrutura partidária com os desmandos: “Eu não posso ter controle sobre 10.000 funcionários”, justificou.

“Eu desafio, em 31 anos de vida pública, vocês encontrarem algo de corrupção na minha vida pessoal”, disse o ministro aos jornalistas. Apesar da aparente convicção de Lupi, não há consenso mesmo dentre a bancada. O deputado Reguffe (PDT-DF) defende publicamente que Lupi se afaste do cargo enquanto pairarem sobre ele denúncias.

Ameaças – O ministro afirmou ainda ter conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre o episódio. “Ela me perguntou: ‘Você luta até o fim?’ E eu disse: ‘Até o último minuto da minha vida’. Eu sou brasileiro, eu não desisto nunca. Eu vou continuar até ver isso devidamente esclarecido”, garantiu.

Lupi também desafiou os jornalistas: “Para desconforto de vocês, vocês vão ter que me ver em 2012, em 2013… porque a verdade é questão de tempo”, prometeu, antes de emendar outra ameaça: “Eu ainda vou carregar o caixão de muita gente que quer me ver carregado.” O ministro disse ter acionado a Advocacia Geral da União para se defender daquilo que considera “calúnias”.

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O líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), enviou um recado ao governo na coletiva desta terça-feira. Segundo ele, se o ministro perder o cargo, o partido também deixará a base aliada. “Com o ministro, se necessário, sai o PDT do governo, tamanha a credibilidade que tem o ministro conosco”, disse Queiroz.

O que diz a edição de VEJA desta semana – Conforme relatos de diretores de Organizações Não-Governamentais (ONGs), parlamentares e servidores públicos, o esquema no Ministério do Trabalho funciona assim: primeiro o ministério contrata entidades para dar cursos de capacitação profissional e, depois, assessores exigem propina de 5% a 15% para resolver ‘pendências’ que eles mesmos criam.

O Instituto Êpa, sediado no Rio Grande do Norte, foi um dos alvos do achaque. Depois de receber, em dezembro de 2010, a segunda parcela de um convênio para a qualificação de trabalhadores no Vale do Açu, a entidade entrou na mira dos dirigentes do PDT. O ministério determinou três fiscalizações e ordenou que não fosse feito mais nenhum repasse à ONG. Ao tentar resolver o problema, os diretores do instituto receberam o recado: poderiam regularizar rapidamente a situação da entidade pagando propina.

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