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Lula nega que apartamento no ABC seja propina da Odebrecht

Em depoimento tenso ao juiz Sergio Moro, ele afirma que imóvel vizinho ao seu foi alugado por questão de segurança e que há um contrato de aluguel

Por Da Redação Atualizado em 13 set 2017, 22h22 - Publicado em 13 set 2017, 19h04

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que o apartamento vizinho ao que ele mora, em São Bernardo do Campo (SP), e que também é usado por ele seja objeto de propina da Odebrecht decorrente de contratos na Petrobras, como acusa o Ministério Público Federal.

Além do apartamento, Lula é acusado na ação de ter recebido propina da empreiteira por meio de um terreno comprado para abrigar o Instituto Lula – o imóvel nunca chegou a ser utilizado. Logo no início do depoimento, em clima tenso, o ex-presidente disse que pretendia responder às perguntas, mas afirmou que o processo era “ilegítimo” e “injusto”.

Ele afirmou que não tem relação com o engenheiro Glauco da Costa Marques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, e dono do apartamento. Segundo ele, foi firmado um contrato de aluguel, assinado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia – morta neste ano -, por questões de segurança, desde a época que ele era presidente da República, já que era muito fácil ter acesso ao seu apartamento se um desconhecido vivesse no imóvel ao lado. Ele diz que costumava usar o imóvel vizinho para fazer reuniões políticas e provocou Moro. “Se permitirem que eu seja candidato em 2018, ele voltará a ter uma função politica muito forte.”

O ex-presidente disse que Marisa era responsável pelos pagamentos referentes ao imóvel  e afirmou que ficou surpreso ao ouvir Costa Marques dizer, em depoimento, que não recebia os depósitos. O petista também prometeu quitar os débitos caso eles existam. Em certo momento, Lula chegou a levantar a voz para responder uma pergunta de Moro.

“Nunca houve qualquer denúncia de que o apartamento não estava sendo pago. O senhor Glauco nunca levantou [que havia dívida], nunca cobrou, nunca me telefonou. Nem ele nem ninguém. Estou dizendo que tinha uma relação da dona Marisa com o contrato do aluguel. Ela cuidava de forma responsável das coisas da casa. Só fiquei sabendo que não estava sendo pago quando ele prestou depoimento”, disse.

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Perguntado sobre qual a forma atual de pagamento dos aluguéis, Lula disse que depois que Marisa morreu ele paga diretamente, mediante depósito em conta no Banco do Brasil e que o valor atual é de pouco mais de 4 mil reais. Lula também afirmou que o aluguel consta de sua declaração de Imposto de Renda.

 

Críticas ao MPF

Lula ainda disparou críticas à atuação do Ministério Público Federal e citou o escândalo dos áudios da JBS envolvendo o ex-procurador da República Marcelo Miller, que atuou como braço-direito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Como Deus escreve certo por linhas tortas, as coisas estão virando verdadeiras. Estamos vendo o que está acontecendo com o Rodrigo Janot [procurador-geral da República], o que está acontecendo com o Miller.”

“Poderia ficar zangado e nervoso, mas quero enfrentar o Ministério Público, sobretudo a força-tarefa [da Lava Jato], para provar a minha inocência. Só espero que eles tenham a grandeza de um dia pedir desculpas. Não sei se o senhor Miller pedirá desculpas pela palhaçada que foi feita em Brasília, com o Joesley [Batista, dono da JBS], e que agora está sendo desmontada.”

Veja o depoimento de Lula na íntegra:

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