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Lula e PT jogam com o tempo enquanto Lira se desgasta

A pressa do deputado para definir a sua sucessão não é compartilhada por petistas, que não querem briga com nenhum dos candidatos à presidência da Câmara

Por Daniel Pereira 15 set 2024, 14h56
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - 28.08.2023
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - 28/8/2023 (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

    Nos últimos dias, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez dois movimentos para tentar encaminhar a própria sucessão ao comando da Casa. Mudando o roteiro previsto inicialmente, ele abandonou a candidatura do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), seu amigo e até então considerado favorito na eleição marcada para fevereiro, e abraçou o nome do deputado Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, com quem também tem relação de amizade.

    A ação de Lira, como de costume, foi motivada por pragmatismo. Ao perceber que Nascimento dificilmente conseguiria os apoios necessários para vencer a disputa, Lira passou a trabalhar por Motta, que, segundo deputados de diferentes legendas, têm mais condições de construir consensos e unir a Casa. O presidente da Câmara ainda não anunciou oficialmente seu apoio a Motta, mas posou para uma foto com ele e outros líderes partidários, a fim de indicar a sua nova opção e fortalecê-la. Nascimento, obviamente, não participou do encontro.

    Presidente da Câmara é acusado de traição

    O líder do União Brasil se sentiu traído por Lira e, mesmo com o revés, não desistiu do páreo. Crítico ferrenho de Lula na última campanha presidencial, Nascimento foi ao Palácio do Planalto para tentar se manter vivo na disputa. Primeiro, conversou com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, um desafeto público e notório do presidente da Câmara. Uma foto dessa reunião também foi divulgada, fomentando a guerra de imagens.

    No dia seguinte, Nascimento conversou com o próprio Lula. Mais uma vez, ouviu que não há veto por parte do governo à candidatura dele à chefia da Câmara. Nas audiências com ministro e o presidente, o deputado declarou que o seu plano é — juntamente com o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito, também postulante ao cargo — reunir siglas governistas em torno de uma candidatura única para enfrentar Hugo Motta, que deve receber o apoio formal do PL de Jair Bolsonaro.

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    Jogando parado, mas nem tanto

    Em manifestações públicas, Lula já declarou que Lira tem o direito de trabalhar para fazer o sucessor e que o governo não interferirá na disputa na Câmara, um assunto da alçada do Legislativo. O presidente, por enquanto, só tem uma prioridade definida: não comprar briga com nenhum dos candidatos ao cargo, para não concorrer o risco de ver reeditada, em seu terceiro mandato, a tormentosa relação entre Eduardo Cunha e Dilma Rousseff, que custou os respectivos cargos aos dois.

    Se Lira mexe as peças para tentar consolidar o nome de Hugo Motta o mais rápido possível, Lula e o PT jogam com o tempo e pretendem definir sua posição no caso só bem perto do dia da eleição. Na prática, torcem para que, até lá, um dos concorrentes se torne tão favorito a ponto de nem  haver disputa pelo cargo. Esse seria o melhor dos mundos para o governo, que passaria pelo processo sem o desgaste que Lira está sofrendo no momento.

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