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Lula depõe sobre tráfico de influência para a Odebrecht

Ele negou ter agido no BNDES em favor de empresas amigas e argumentou que lobbies internacionais de presidentes e ex-presidentes são comuns e, em seu caso, 'motivo de orgulho'

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2015, 16h12

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre se vangloriou de atuar como um “caixeiro-viajante” em favor de empresas brasileiras no exterior. Nesta quinta-feira ele teve de dar esclarecimentos ao Ministério Público sobre as nebulosas articulações que fez ao longo dos anos em benefício de companhias nacionais e, como esperado, negou ter interferido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em favor da empreiteira Norberto Odebrecht, cujos executivos integram a extensa lista de réus da Operação Lava Jato. Ainda assim, o petista tentou justificar o lobby feito em favor de empresas brasileiras e disse que “sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil”.

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Em julho, a Procuradoria da República no Distrito Federal decidiu abrir inquérito para apurar a relação dele com a Odebrecht e investigar a possível prática de tráfico de influência por parte do petista em favor da empresa, entre 2011 e 2014. Para o Ministério Público, é preciso apurar a atuação de Lula na concessão de empréstimos pelo BNDES e o contexto em que o ex-presidente viajou, às custas de empresas, para negociar contratos no exterior.

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Documentos recentes em posse dos investigadores da Operação Lava Jato apontam que o mais famoso “caixeiro-viajante” do Brasil era procurado para fazer lobby no exterior por gigantes citadas na Lava Jato, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Conforme revelou o site de VEJA, a Polícia Federal encontrou uma troca de e-mails entre executivos da Andrade Gutierrez, na qual eles afirmam que a empresa contava com as “habilidades” do petista para conseguir contratos na Venezuela, comandada pelo bolivariano Nicolás Maduro.

O depoimento de Lula ao procurador da República Ivan Cláudio Marx durou cerca de 2h30. Além de negar ter agido diretamente no BNDES em favor de empresas amigas, o petista argumentou que lobbies internacionais de presidentes e ex-presidentes são comuns e, em seu caso específico, “motivo de orgulho”. Ele disse ter declarado palestras feitas junto a empresas e desafiou: “Quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição”.

África – Reportagem de VEJA revelou que Taiguara Rodrigues dos Santos, identificado como “sobrinho” de Lula, ganhou contratos de obras após o ex-presidente ter viajado, com dinheiro da Odebrecht, para negociar transações para a empreiteira. Em 2012, por exemplo, a Exergia Brasil, de Taiguara, foi contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. O acerto entre as partes foi formalizado no mesmo ano em que a Odebrecht conseguiu no BNDES um financiamento para realizar esse projeto na África. Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, conhecido como Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente. Funcionários do governo e executivos de empreiteiras costumam identificá-lo como “o sobrinho do Lula”.

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