Lula aprova mudança no tom de Dilma Rousseff
A petista foi mais agressiva no debate do último domingo, na Band
Para Lula, que estimulou a estratégia mais agressiva da campanha petista, Dilma se saiu muito bem ao rebater críticas e atacar seu principal adversário, o tucano José Serra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a mudança de tom da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, no debate do último domingo, na TV Bandeirantes. Para o presidente, que estimulou a estratégia mais agressiva da campanha petista, Dilma se saiu muito bem ao rebater críticas e atacar seu principal adversário, o tucano José Serra. Segundo a avaliação dos petistas – incluindo a opinião de Lula e da própria Dilma – o tom mais contundente foi “muito acertado” e a posição mais incisiva no duelo com Serra mostrou para os eleitores que Dilma é uma mulher com decisões próprias, que não tem medo de críticas e que pode reagir a tudo isso sem a ajuda do presidente.
O marqueteiro João Santana, homem de Lula na campanha de Dilma, resistiu o quanto pode a adotar a nova tática. Segundo ele, quem ataca perde votos. Para virar o jogo e convencer Santana, Lula precisou se reunir com o marqueteiro para um tête-à-tête e cobrar a nova tática para enfrentar a polêmica do aborto e a investida do adversário do PSDB, José Serra.
Para José Eduardo Dutra, presidente do PT, a cúpula da campanha petista decidiu subir o tom contra Serra para “desmascarar” o tucano. “Serra faz uma campanha na TV e outra nos subterrâneos da política. Precisávamos mostrar isso”, afirmou Dutra, que é também o coordenador-geral da campanha de Dilma.
Alto risco – Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência e integrante da coordenação da campanha de Dilma, foi indagado se a estratégia mais agressiva não seria de alto risco para os petistas. “Arriscar é ficar levando porrada e não responder”. No diagnóstico do assessor de Lula, Serra procurou desqualificar Dilma, mas “ficou incomodado” com o “tom forte” adotado por ela, que tratou de temas como aborto, privatizações e segurança pública. “Não foi uma agressividade gratuita. Ela ficou indignada com as acusações e reagiu”, insistiu o secretário de Mobilização do PT, Jorge Coelho.
(Com Agência Estado)