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Lobista confirma propina de R$ 15 mi para Duque e Costa

Júlio Camargo disse que pagamento foi recompensa pela assinatura de contrato na refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP)

Por Daniel Haidar e Felipe Frazão
5 fev 2015, 00h10

O lobista Júlio Camargo, um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras, afirmou nesta quarta-feira em depoimento à Justiça Federal que pagou 15 milhões de reais em propina ao ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e ao ex-diretor dea área de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. É mais um pagamento de suborno confirmado por Camargo.

A propina, declarou ele, era uma recompensa do consórcio Ecovap – formado por Toyo, OAS e Setal Óleo e Gás – pela assinatura de um contrato na refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP). “Metade foi para a área de Engenharia e metade foi para a área de Abastecimento. A maioria dos pagamentos do Paulo (Roberto Costa) foi no exterior”, afirmou Camargo.

O delator foi uma das cinco testemunhas interrogadas em ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra executivos da OAS, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Além deste desembolso, o lobista tinha mencionado anteriormente inúmeros pagamentos de propina em depoimentos reservados ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, prestados em virtude de acordo de delação premiada fechado com os investigadores. O delator ainda apresentou comprovantes bancários das transações.

Camargo também confirmou que Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, também tratava dos pagamentos. O ex-gerente também fechou acordo de delação premiada e colaborou igualmente com as investigações em troca de punição mais branda. “Barusco normalmente indicava contas”, afirmou.

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No terceiro depoimento prestado na 13ª Vara Federal do Paraná nesta semana, Camargo voltou a destacar que o pagamento de propina era uma “regra do jogo” para ter sucesso na Petrobras. O advogado Antônio Figueiredo Basto, defensor de Youssef, perguntou a Camargo na audiência quem estabeleceu a tal “regra do jogo”. O lobista respondeu que foram os diretores da estatal. “A regra do jogo era pagar 1% do valor do contrato, um valor nominal que depois era discutido, para a área de Engenharia e para Abastecimento. Se isso não ocorresse, o contrato não seria obtido. Nos grandes contratos, era generalizado. Se eu estivesse ludibriando eles (empreiteiras), não obteria sucesso no contrato”, afirmou.

No interrogatório desta quarta-feira, foram ouvidas outras quatro testemunhas na ação contra executivos da OAS, acusados de corromper o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Além dos empresários Augusto Mendonça Neto e Júlio Camargo, também foram interrogados o delegado Márcio Anselmo e ex-colaboradores do doleiro Youssef: a contadora Meire Poza e o doleiro Leonardo Meirelles.

Meire e Meirelles confirmaram que presenciaram encontros do doleiro com executivos da OAS. Além dessas provas testemunhais de que Youssef intermediava pagamentos de propina para a construtora, a ação penal foi baseada em denúncia elaborada pelo Ministério Público Federal com comprovantes bancários de transferências da OAS para o doleiro. Ex-sócio de Youssef na Labogen, Meirelles disse em depoimento que viu o vice-presidente financeiro da OAS, Mateus Coutinho, um dos réus presos, no escritório do doleiro. A contadora acrescentou que chegou a acompanhar o doleiro em uma entrega de dinheiro em espécie na sede da construtora em São Paulo. “Ele falou que estava indo levar uma mala na OAS. Aí pedi para me deixar antes e ele me pegou em outra rua na volta. Deve ter sido no dia 16 de janeiro de 2014”, afirmou Meire.

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