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Lava Jato denuncia Messer, Cabral e mais 60 em operação que mirou doleiros

Deflagrada em maio, Câmbio, Desligo levou 33 operadores do mercado paralelo de dólares à prisão. 'Doleiro dos doleiros' está foragido

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jun 2018, 15h03 - Publicado em 7 jun 2018, 14h24

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro apresentou nesta quinta-feira, 7, à Justiça Federal denúncia contra 62 pessoas no âmbito da Operação Câmbio, Desligo. A ação foi deflagrada no início de maio e prendeu 33 doleiros que operavam no mercado paralelo de câmbio e supostamente lavavam dinheiro para organizações criminosas, incluindo a liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB).

Além de Cabral, preso há um ano e meio e já condenado a 100 anos de prisão em cinco processos, a acusação dos procuradores da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro mira doleiros como Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, Antonio Cláudio Albernaz Cordeiro, Patrícia, Marco e Ernesto Matalon, os irmãos Marcelo e Roberto Rzezinski e Raul e Jorge Davies.

Também foram denunciados Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barboza, conhecido como Tony, doleiros cujas delações premiadas basearam as investigações da Câmbio, Desligo.

Nas 816 páginas da denúncia apresentada pela Lava Jato fluminense, Dario Messer é acusado dos crimes de formação de quadrilha, pertinência a organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os investigadores atribuem a ele participação em 183 dos 186 fatos criminosos narrados no documento. Doze dos denunciados, incluindo Messer, são foragidos da Câmbio, Desligo.

A denúncia aponta operações de dólar-cabo como o principal modus operandi dos doleiros para lavar dinheiro. Transações deste tipo envolvem “compra” ou “venda” de dólares. Na “compra”, método que costuma ser utilizado por agentes públicos que recebem propina, o “cliente” do doleiro entrega a ele reais em espécie no Brasil e tem dólares creditados em contas no exterior. Na “venda”, normalmente usada por empresas que necessitam de reais em espécie para corromper políticos, dá-se o contrário: o doleiro recebe dólares em suas contas no exterior e entrega ao “cliente”, no Brasil, o valor correspondente em reais.

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Operações de dólar-cabo, segundo o MPF, movimentaram parte do dinheiro de propina recebida por Sérgio Cabral. Nesta denúncia, o emedebista é acusado dos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção passiva no suposto recebimento de 24 milhões de reais em propina da empreiteira Queiroz Galvão. O dinheiro seria referente a contratos para a urbanização da favela da Rocinha, no âmbito do programa PAC das Favelas, da construção do Arco Metropolitano e da linha 4 do metrô do Rio.

Segundo os procuradores, os doleiros Raul e Jorge Davies foram acionados pela empreiteira para repassar dinheiro ilícito a Cabral, que, conforme a denúncia, recebeu uma “mesada” de 300.000 reais entre abril de 2011 e agosto de 2014.

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