Um ano depois de a Polícia Federal ter desarticulado o esquema do petrolão, tornando pública uma organização criminosa que há pelo menos 12 anos sangrava os cofres da Petrobras com a distribuição de propina a políticos, o Ministério Público fez os cálculos: até hoje, as defesas de funcionários e diretores de empreiteiras e ex-dirigentes da Petrobras encaminharam à Justiça pelo menos 165 pedidos de habeas corpus. Apesar da enxurrada de pedidos de soltura, apenas os ex-diretores Paulo Roberto Costa e o próprio Renato Duque conseguiram sucesso na empreitada – Duque, contudo, acabou voltando à cadeia. “É um sistema capenga que permite muitos recursos”, critica o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato. (Laryssa Borges, de Brasília)