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Lançar Temer candidato seria a pior estratégia do MDB, diz Renan

Ex-presidente do Senado acredita que baixa aprovação popular do presidente atrapalharia os planos do partido de manter as maiores bancadas no Congresso

Por Reuters Atualizado em 15 mar 2018, 11h03 - Publicado em 9 mar 2018, 21h37

O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL), candidato a um quarto mandato de senador, verbalizou o que muitos emedebistas, principalmente de fora do Palácio do Planalto, sussurram em privado: a candidatura à Presidência de Michel Temer (MDB) só atrapalharia o plano do partido de eleger governadores, senadores e deputados.

“É a contradição de expor o maior partido a um candidato com 1% nas pesquisas. Essa seria a pior das estratégias eleitorais do MDB”, disse Renan, desafeto declarado de Temer.

O fato é que o plano eleitoral do Planalto para o MDB esbarra, segundo integrantes do partido, nos esforços da legenda para se manter como a maior bancada no Senado e na Câmara – posição que divide com o PT -, além de garantir presença em governos estaduais. Esses são alguns dos principais pilares da força política da legenda.

“Essa candidatura inviabiliza entendimentos e coligações nos estados, até porque o MDB é um partido congressual”, criticou uma liderança da legenda, que pediu para falar sob a condição do anonimato com receio de sofrer retaliações da direção partidária. “Ninguém quer dividir palanque com candidato com forte rejeição”, completou.

“Tem corrente no Planalto que defende a candidatura. Isso seria o melhor dos mundos se ele tivesse apelo para defender o legado. Seria a melhor solução”, disse outra liderança emedebista. “Agora, nós temos 14 candidatos a governador. O palanque tem que estar forte. Esse palanque vai enfraquecer ou fortalecer meus candidatos a governador? Tem que ver.”

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Hoje uma candidatura Temer mais atrapalharia que ajudaria, avaliam emedebistas. Pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta semana, mostrou avaliação negativa de 73,3% do governo Temer e uma avaliação positiva de apenas 4,3%. Mais que isso, 88% dos entrevistados disseram que não votariam no presidente “de jeito nenhum”.

Fora dos corredores palacianos, a conveniência de ter Temer como candidato é vista como uma ideia quase estapafúrdia. O plano da candidatura foi colocado de forma mais clara para o partido na semana retrasada, quando foi defendida pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Na mesma ocasião, o presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), também defendeu candidatura própria ao Planalto.

Deputados e senadores, mais em contato com as ruas e preocupados com suas próprias reeleições, não veem como viável o presidente em seus palanques. “Hoje o nome mais forte é Meirelles, e a cúpula do partido concorda com isso”, disse um emedebista, se referindo ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está filiado ao PSD.

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Renan, aliás, lembrou que o MDB da Câmara vai ter uma dificuldade adicional para eleger deputados, diante do assédio a parlamentares em razão da janela partidária, que permite aos parlamentares trocarem de partido e vai até o final de março.

Alguns emedebistas avaliam ainda que, em uma eleição com pouco dinheiro, ter um candidato à Presidência ainda tem o agravante de tirar recursos das candidaturas estaduais e legislativas. Se Meirelles fosse o candidato, ele ainda poderia bancar a própria campanha. Mas, por enquanto, nem isso é um fator decisivo para o ministro. “Você vê alguém pondo Meirelles no santinho? Defendendo o nome dele lá em Juazeiro? Campina Grande?”, perguntou um emedebista.

O plano Temer também prejudicaria outro trunfo usado pelo MDB nas ultimas duas eleições presidenciais –postular uma candidatura a vice-presidente e, em troca, oferecer o tempo de rádio e TV no horário eleitoral gratuito para o cabeça de chapa. Há quem avalie, entretanto, que toda essa movimentação de aliados do partido é justamente para cacifar o partido para, sem ele ou Meirelles como candidato, barganhar uma candidatura à Vice-Presidência.

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