Lama das barragens já matou 11 toneladas de peixes, diz Ibama
Entupimento das guelras pela lama é o principal motivo da morte dos animais aquáticos

A lama que vazou das barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), já provocou a morte de 11 toneladas de peixes ao longo do Rio Doce, segundo informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Por determinação judicial, a Samarco tem recolhido os peixes sob supervisão de equipes do Ibama. Conforme o instituto, o trabalho ainda não foi concluído.
A morte dos peixes é causada basicamente pelo entupimento das guelras por lama. Baixos níveis de oxigênio na água, o que pode ser provocado pela presença em alta quantidade dos rejeitos de minério de ferro, também podem impedir a sobrevivência de animais aquáticos.
Mesmo com a ação de ambientalistas, que tentaram salvar as tartarugas em Linhares, no Espírito Santo, por meio da retirada dos animais, os berçários de caranguejos e de peixes, conhecidos como igarapés, foram atingidos pela lama barrenta que chegou à região.
A primeira tentativa de ambientalistas para evitar essa situação foi barrar os resíduos com a instalação de 9 quilômetros de boias na região, há aproximadamente uma semana. Na ocasião, a mineradora informou que tal medida reteria até 80% dos resíduos, o que não aconteceu. No entanto, segundo o chefe da Reserva de Comboios, Antônio de Pádua Almeida, os ninhos das tartarugas que estavam próximos à foz do Rio Doce foram retirados previamente, para que a lama não os alcançasse, mas a chegada dos resíduos à parte norte da reserva ameaça outros ninhos.
“Conseguimos retirar os filhotes que nasceram e os soltamos em outro ponto no mar como medida de emergência, mas não sabemos se eles serão ou não contaminados. Se o grosso dessa lama vier e ficar depositado tanto na foz quanto nas praias, não sabemos o impacto que vai trazer para a biodiversidade”, disse Almeida.
Indenização – Pescadores cadastrados na Federação das Colônias e Associações dos Pescadores e Aquicultores do Espírito Santo (Fecopes) entraram na Justiça com um pedido de liminar para que sejam mensalmente indenizados pela Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. Uma audiência de conciliação foi agendada para o dia 2 de dezembro. Em nota, a Samarco informou que ainda não foi notificada da intimação citada.
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(Com Estadão Conteúdo)
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