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Justiça prorroga prisão de ‘laranja’ de Cabral

Acusado de ser testa de ferro do ex-governador, o empresário Paulo Fernando Magalhães Pinto foi preso temporariamente e seria solto hoje

Por Leslie Leitão e Luisa Bustamante
Atualizado em 22 nov 2016, 16h27 - Publicado em 22 nov 2016, 16h11

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, aceitou pedido do Ministério Público Federal de prorrogar a prisão do empresário Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado por procuradores como e ‘laranja’ do ex-governador Sérgio Cabral. Paulo Fernando divide, desde o último dia 17, a cela C6 de Bangu 8 com o ex-governador e outros quatro acusados de integrar uma organização criminosa que cobrou propinas de 224 milhões de reais por grandes obras realizadas pelo governo do Rio.

Preso temporariamente, Paulo Fernando ficaria encarcerado até hoje, mas a decisão de Bretas prorroga sua estadia na cadeia. Segundo a investigação, o empresário, que é ex-assessor de Cabral, e emprestaria seu nome para ocultar bens adquiridos pelo ex-governador, como uma lancha avaliada em 5 milhões de reais, batizada de ‘Manhattan’, e até um helicóptero.

Paulo Fernando Magalhães Pinto
Paulo Fernando Magalhães Pinto (Reprodução)

Segundo a defesa de Paulo Fernando, a lancha foi comprada por seu pai, em nome da empresa MPG Participações e é de uso do empresário e da família. Os advogados alegam que o veículo foi emprestado a Cabral “em raras ocasiões e de forma absolutamente esporádica”. Já o helicóptero “nunca foi usado por Sérgio Cabral”, dizem os advogados.

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Juiz e procuradores, no entanto, querem mais esclarecimentos sobre qual seria a participação de Paulo Fernando no esquema de corrupção. Bretas não se convenceu de que a lancha é de propriedade do empresário. Segundo o magistrado, a apresentação de documentos em nome do ex-assessor referente à compra do veículo não é o suficiente: “Não esclarecem absolutamente nada”.

Bretas também quer mais detalhes sobre a sala comercial alugada por Paulo Fernando e cedida para o funcionamento da Objetiva, empresa de Cabral usada, segundo a investigação, para lavar o dinheiro de propina. O valor do aluguel do espaço, um endereço no Leblon, é de 42.000 reais mensais, mas Cabral não arcou com esses custos. Segundo os investigadores, tudo era pago pelo ex-assessor, beneficiando o ex-governador em 1 milhão de reais. “Subsiste portanto, a fundada suspeita de que o investigado Paulo Fernando seria, digo ainda em tese, apenas “testa de ferro” do investigado Sérgio Cabral”, escreveu Bretas na decisão.

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Figura fácil nas altas rodas da sociedade carioca, Paulo Fernando, apesar de ser dono de dez empresas, tinha um cargo comissionado como assessor especial de Cabral no Palácio Guanabara. Em uma busca e apreensão feita pela PF na transportadora de valores TransExpert, também investigada, seu cartão de visitas foi encontrado na sala de um dos donos, assim como uma cópia do Imposto de Renda de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral.

Paulo Fernando é dono também de um apartamento na Rua Redentor, uma das mais nobres de Ipanema, onde o ex-secretário de segurança Pública, José Mariano Beltrame, morou de aluguel durante muitos anos, até se mudar para seu novo apartamento, comprado em um condomínio na Barra da Tijuca.

Na mesma decisão, o juiz determinou a soltura de outro investigado no esquema de corrupção, Alex Sardinha, preso temporariamente no último dia 17. Ele é apontado como um dos participantes de acordos de propina entre a Construtora Oriente, empresa que diz representar, e o governo do Rio.

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