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Justiça mantém propaganda do PSOL que cria ‘Jogo do Tigrinho’ com Paes e Ramagem

Peça inspirada em caça-níquel associa prefeito a nomes polêmicos como Chiquinho Brazão e Lucinha; defesa de Paes queria suspensão imediata

Por Ludmilla de Lima 3 out 2024, 10h45

A Justiça Eleitoral negou pedido da campanha do prefeito Eduardo Paes (PSD) de suspensão imediata da propaganda do candidato Tarcísio Motta (PSOL) – em terceiro lugar nas pesquisas – que cria um “Jogo do Tigrinho” com adversários. A peça, de 30 segundos, se inspira num caça-níquel para associar Paes, que disputa a reeleição, a uma série de personagens da política fluminense, numa tentativa de desgastá-lo junto à população. São citados o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-prefeito Marcelo Crivella; o ex-vereador Jairinho; o vereador Júnior da Lucinha, ex-secretário da prefeitura; o deputado federal Otoni de Paula; e Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandates do assassinato de Marielle Franco e também ex-secretário do governo Paes. No vídeo, ainda aparece no “jogo” o candidato Alexandre Ramagem (PL). 

A defesa de Paes alega que a propaganda de Tarcísio Motta “extrapola o direito de crítica política, ao fazer uma associação direta do candidato Eduardo Paes  a Chiquinho Brazão, Jairinho e Lucinha, visando induzir o eleitorado a relacionar os suspostos crimes praticados pelos mencionados com o requerente”. No pedido de liminar, a defesa ainda nega que Paes tenha apoiado Bolsonaro. Na sua decisão, no entanto, o juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves ressalta que Paes, como político, “tem um passado de relacionamentos”, acrescentando que a propaganda do PSOL “apenas menciona os relacionamentos passados, apontando fatos envolvendo os demais políticos, mas sem efetivamente correlacioná-los à pessoa do representante”. Quanto a Paes nunca ter apoiado Bolsonaro, o magistrado diz: “não é bem assim!”. E conclui: “(…) em simples consulta à internet se faz possível constar matérias em sentido contrário, onde a imprensa noticiou que o representante, nas Eleições de 2018, buscou o apoio do ex-presidente”.

O polêmico texto do vídeo do PSOL diz: “Paes apoiou Bolsonaro em 2018, que apoia Ramagem, assim como o partido de Crivella cujo líder foi Jairinho preso pelo assassinato de uma criança. Jairinho foi líder do governo Paes, que tem como secretário o filho da madrinha da milícia. Paes também teve como secretário Brazão, acusado do assassinato de Marielle, Otoni é seu coordenador de campanha, Otoni foi líder do governo Bolsonaro, que apoia Ramagem.” 

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