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Juíza pede à PF que analise hoje viabilidade de Lula no enterro do irmão

Procuradoria-Geral da República reitera a necessidade de um relatório sobre a viabilidade do deslocamento e da escolta do ex-presidente

Por Da Redação 29 jan 2019, 22h04

A juíza Carolina Lebbos, da Vara de Execuções Penais de Curitiba requereu à Polícia Federal que informe, ainda nesta terça-feira 29, sobre a viabilidade de um eventual deslocamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá. A magistrada havia pedido análise da força-tarefa da Lava Jato sobre o pedido do petista. Em petição, o procurador da República reiterou a necessidade de um relatório sobre a viabilidade do deslocamento e da escolta do ex-presidente.

A magistrada anota que “o parágrafo único do artigo 120 prevê que a competência para análise acerca da permissão de saída do preso do estabelecimento prisional é do Diretor respectivo – no caso, a Superintendência da Polícia Federal”. “A disposição se justifica, tendo em vista cuidar-se de providência de natureza administrativa”.

“Com efeito, cabe à Autoridade Policial, em primeiro lugar, manifestar-se acerca da permissão de saída pretendida, tendo em vista os aspectos administrativos envolvidos”, escreve.

“Observa-se que Autoridade Policial já foi intimada no evento 467, em regime de urgência. Com efeito, afigura-se necessária a prévia manifestação daquela autoridade, com atribuições atinentes a eventual saída e deslocamento do preso”, ressalta.

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A juíza determinou. “Nesse quadro, considerando que requerimentos de tal natureza demandam avaliação administrativa em termos de deslocamento, segurança e logística, reitere-se, inclusive pelos meios mais expeditos, a intimação à Autoridade Policial, para que informe, com urgência, ainda na data de hoje, a este Juízo acerca da análise ou não do pedido encaminhado pela Defesa à Superintendência da Polícia Federal, bem como acerca da viabilidade do deslocamento”.

“No tocante à prévia intimação do MPF, releva consignar cuidar-se de simples aplicação do contraditório, bem como que eventual manifestação deverá ocorrer em regime de urgência, como aliás, determinado na intimação e efetivado no evento 468. Não se vislumbra, de plano, prejuízo à análise do requerimento, tendo em vista o horário previsto para o sepultamento”, diz.

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“Desse modo, juntada aos autos a informação da Autoridade Policial, dê-se vista com urgência e pelos meios mais expeditos ao Ministério Público Federal conforme requerido no evento 468 e voltem conclusos”, ordenou.

De acordo com os advogados do ex-presidente, Lula está sofrendo “coação ilegal” da juíza Carolina Lebbos, que “deixou de decidir (ato omissivo), em tempo hábil”, sobre o pedido para comparecer ao funeral de Vavá.

O petista está preso para o cumprimento de sua pena de 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso triplex, investigado pela Operação Lava Jato.

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Os advogados “ponderaram” à juíza “que se mostra desnecessário aguardar parecer do MPF nestes autos para o deferimento do pedido – diante do risco de o exercício de tal direito, que é cristalino, restar prejudicado pelo decurso do tempo”.

A defesa de Lula alega que o pedido deve ser julgado com urgência, pois o velório de Vavá deve começar ainda hoje. Segundo a petição, o sepultamento do irmão do ex-presidente está previsto para acontecer no começo da tarde desta quarta, 30. O velório e o enterro de Genival acontecerão no Cemitério Paulicéia, em São Bernardo do Campo (SP).

“O pedido se pauta por clara correlação fática à previsão legal, que expressamente prevê o direito do cidadão em situação de encarceramento sair temporariamente do estabelecimento em que se encontra na hipótese de falecimento de irmão – como é o caso – dentre outras”, afirmam os advogados do ex-presidente.

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Na petição, a defesa usa como argumento para liberação a decisão do juiz plantonista Vicente de Paula Ataide Júnior, que negou um pedido de Lula para ir ao enterro do advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, em dezembro.

“Certo é, portanto, que o Peticionário cumpre os requisitos objetivos previstos em lei para a permissão de saída”, afirma a defesa.

Em 1980, Lula, preso por agentes do extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops), sob a acusação de violação da Lei de Segurança Nacional na greve dos metalúrgicos no ABC Paulista. Ele ficou 32 dias preso nas dependências do Dops, no centro de São Paulo.

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Quando Lula ainda estava preso, morreu sua mãe, Eurídice Ferreira de Mello, a dona Lindu, aos 65 anos de idade. Na ocasião, a Justiça Militar autorizou o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema a ir ao enterro de dona Lindu.

O advogado de Lula, Manoel Caetano Ferreira, que está em Curitiba, destacou que a decisão precisa ser tomada com celeridade, para que exista tempo hábil a ser cumprida. “Espera-se que a decisão seja tomada a tempo de o presidente poder se deslocar, isso exige toda uma logística e esperamos que a decisão seja tomada em tempo de ser cumprida”, afirmou.

Até o vice-presidente, Hamilton Mourão, se manifestou. Ele afirmou a liberação de Lula para ir ao velório do irmão é uma “questão humanitária”.

(Com Estadão Conteúdo)

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