Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Juíza ordena que deputada Flordelis coloque tornozeleira eletrônica

Testemunha do caso teria sofrido um ataque à bomba, afirma magistrada em sentença; VEJA flagrou parlamentar descumprindo decisão judicial

Por Marina Lang Atualizado em 18 set 2020, 18h31 - Publicado em 18 set 2020, 17h09

A juíza Neáris dos Santos Carvalho Arce dos Santos, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói (região metropolitana do Rio de Janeiro) determinou que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) use uma tornozeleira eletrônica e se mantenha em recolhimento domiciliar noturno entre 23h e 6h. A parlamentar foi apontada pela Delegacia de Homicídios de Niterói e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Rio como a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junho do ano passado.

A decisão da magistrada foi publicada nesta sexta-feira, 18, e confirmada a VEJA pelo Gaeco.

Ainda de acordo com a magistrada, uma testemunha-chave que prestou depoimento contra Flordelis sofreu um atentado com artefato explosivo. A intenção seria intimidar Lucas dos Santos, filho adotivo da deputada e réu no processo de homicídio do pastor por ter conseguido a arma usada no crime.

O atentado à bomba teria ocorrido na madrugada de 4 de setembro. A testemunha, então, prestou depoimento no cartório da vara criminal, “bastante nervosa e temerosa, noticiando fatos gravíssimos”, relatou Neáris.

“A referida testemunha já havia noticiado no processo em trâmite nesta 3ª Vara Criminal, no qual Flávio e Lucas foram denunciados pelo delito de homicídio em face do pastor Anderson do Carmo, que a ré Flordelis vinha buscando interferir na busca da verdade real, inclusive intimidando o réu Lucas, seu filho afetivo”, escreveu a juíza.

Continua após a publicidade

Ela também afirmou que teme, principalmente, Flordelis e seu filho biológico, Adriano dos Santos Rodrigues, réu por ter atirado no pastor.

“A testemunha afirma acreditar que ‘a bomba foi jogada em seu quintal para intimidar a depoente’ e também para intimidar o réu Lucas, que poderia sentir-se pressionado a voltar atrás em sua versão para que a depoente não sofresse novos ataques e atentados´ diante do forte vínculo afetivo entre ambos”, diz a sentença.

Segundo a testemunha, o ataque foi uma forma de “passar um recado para Lucas, para que ele calasse a boca e não mais relatasse a verdade”.

No final de agosto, a reportagem de VEJA flagrou a deputada federal violando decisão anterior da juíza sobre interromper contato com outros investigados. O Gaeco confirmou que o descumprimento também influenciou a decisão da magistrada.

Continua após a publicidade

Na decisão publicada hoje, a juíza também acatou o pedido de transferência de Adriano dos Santos, feito pelo assistente de acusação, Angelo Máximo, advogado que representa a família do pastor assassinado, por suspeita de que ele estivesse se comunicando com Flordelis. Ele vai para a penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio.

Procurada, a defesa de Flordelis declarou que recorrerá das decisões.

“A defesa irá tomar todas as providências a partir de segunda-feira, tanto no Tribunal de Justiça como no Supremo Tribunal Federal. Essa decisão é completamente equivocada. A juíza utiliza argumentos que não são fidedignos. Esses argumentos que a juíza da 3ª Vara utilizou para determinar a medida cautelar da tornozeleira eletrônica não têm sentido. Sobre essa história da bomba, inclusive, a deputada se encontrava em Brasília e nada tem a ver com esses fatos, que devem ser apurados. A presunção de inocência está sendo deixada de lado o tempo todo”, disse Anderson Rollemberg, advogado que defende Flordelis.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.