Após semanas trabalhando para conciliar as exigências do PMDB na formação de seu ministério, a presidente eleita, Dilma Rousseff, enfrenta agora um outro problema: a dificuldade de chegar a um acordo com o PSB, partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O imbróglio teve início com a decisão de Dilma de convidar o deputado Ciro Gomes para o Ministério da Integração Nacional. Dirigentes do PSB irritaram-se com a articulação de Ciro para voltar à Esplanada, já que o deputado havia afirmado que “queria dar um tempo” na vida pública. Ciro ocuparia uma das duas pastas pertencentes à cota do partido – o que impede o PSB de colocar um deputado da legenda no governo.
A ideia original do partido era alocar o acomodar o pernambucano Fernando Bezerra na Integração e um deputado nos Portos (Márcio França ou Beto Albuquerque). “Vão colocar o Ciro no Ministério e dane-se o resto. Crescemos para diminuir”, chegou a dizer um integrante do PSB.
Com a “perda” de uma pasta, dirigentes do PSB reuniram-se na quinta-feira com o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para reivindicar um terceiro ministério, que seria ocupado por um parlamentar do partido. De acordo com a edição desta sexta do jornal O Estado de S. Paulo, participaram da conversa Eduardo Campos, o governador do Ceará, Cid Gomes, além do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
Ciro pode não aceitar a Integração Nacional. O deputado já mandou dizer à Dilma que prefere o Ministério da Saúde – a petista, porém, tem outros planos para a pasta e Ciro pode acabar sem cargo algum.