Investigação sobre viagem de Cabral a Paris é arquivada
MP não vai apurar ida do governador e seus secretários à capital francesa, onde parte do grupo posou de guardanapos na cabeça ao lado de Cavendish
O Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro decidiu, nesta segunda-feira, arquivar as investigações sobre as viagens do governador Sérgio Cabral a Paris, na França, em 2009 – acompanhado de secretários e de Fernando Cavendish, dono da Delta. A votação foi apertada: seis a favor e quatro contra.
A amizade entre o governador e Cavendish não era segredo. Mas a viagem levantou a suspeita de favorecimento à construtora em contratos com o governo do estado. Em abril de 2012, o deputado federal Anthony Garotinho, do PR, grande rival de Cabral, divulgou fotos em seu blog de uma comemoração em Paris, há três anos, em que apareciam Cabral, Cavendish e figuras do alto escalão do governo do Rio.
Segredos de Cavendish preocupam PT e seus aliados
Na mesma viagem foram tiradas as fotos de Cavendish e dos secretários de Saúde, Sérgio Côrtes, de Governo, Wilson Carlos e outras figuras públicas com guardanapos na cabeça. O então secretário estadual de fazenda, Joaquim Levy, também posou para a câmera, assim como o secretário de urbanismo do prefeito Eduardo Paes. No grupo de amigos, ainda estava Aloysio Neves Guedes, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio.
O caso tinha sido arquivado pelo ex-presidente do MPRJ Cláudio Lopes, por entender que a viagem a Paris não foi custeada com dinheiro público. A denúncia foi encaminhada pelo sucessor de Lopes, Marfan Vieira Martins, ao conselho do Ministério Público.