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Interventor do Sesc-RJ: ‘Prisão mostra quem estava com a razão’

Presidente afastado das entidades, Orlando Diniz foi preso pelo braço da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro por relação com esquema de Sérgio Cabral

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 fev 2018, 15h14 - Publicado em 23 fev 2018, 09h15

Interventor que há dois meses administra o Sesc e o Senac no Rio de Janeiro, Luiz Gastão disse a VEJA “não celebrar” a prisão do presidente afastado das entidades, Orlando Diniz, realizada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira. Por outro lado, Gastão confessa ver algo de bom na decisão: “Não sei quais foram as razões para o mandado de prisão, mas ela mostra quem estava com a razão aqui no Rio”, afirmou.

Há dois meses, o interventor e Diniz travam uma disputa judicial pelo comando do Sistema S no estado. O presidente da Fecomercio, preso por suspeita de envolvimento no esquema criminoso do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), foi afastado em dezembro do comando da presidência do Sesc e do Senac por decisão do ministro Napoleão Nunes Maia, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão fez com que a federação fluminense e a Confederação Nacional do Comércio (CNC), controladas por grupos rivais, passassem a brigar na Justiça pelo controle das entidades. Tão logo o STJ afastou Diniz, a CNC se reuniu decidiu nomear o presidente da Federação no Ceará, Gastão, para assumir o Sistema S do Rio.

Os aliados do presidente afastado – que continuou na Fecomercio-RJ – argumentavam que um de seus vice-presidentes era o sucessor natural pelo regimento e que a Confederação não tinha direito de intervir. A nomeação de Luiz Gastão foi autorizada oficialmente em janeiro pela presidente da Corte, a ministra Laurita Vaz. O interventor, no entanto, descarta que o mesmo possa acontecer em toda a federação agora.

“A CNC sempre respeitou a independência das federações. A preocupação era com o prejuízo ao atendimento feito pelo Sesc e pelo Senac ao público do Rio de Janeiro. Agora, sobre a presidência da Federação, cabe aos presidentes dos sindicatos patronais definirem se esse é o líder que eles querem. Pode ser que eles se reúnam e decidam afastá-lo, já que preso ele fica fora do dia a dia, mas não é uma decisão que me cabe”, argumentou.

O interventor Luiz Gastão disse que, ao longo dos últimos meses, auditorias na Fecomercio, no Sesc e no Senac identificaram “repasses milionários” autorizados por Orlando Diniz “sem justificativa clara”. São pagamentos desse tipo que levaram o presidente da Fecomercio a se tornar suspeito de utilizar o esquema de Cabral para lavar dinheiro da entidade.

“O que eu posso dizer é que os conselheiros ficaram perplexos com descobertas recentes que eles não faziam ideia, sobre o que acontecia”. O interventor também explica não ter gerência sobre a maior parte desses relatórios, uma vez que, até agora, “se descobriu que esses valores eram desviados mais da Fecomércio do que do Sesc ou do Senac.”

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O controle provisório do Sesc e Senac no Rio informou que, enquanto a intervenção estiver válida, as duas entidades estão independentes e, portanto, os serviços e o atendimento ao público seguem normalmente nesta sexta-feira.

Sub judice

O próprio interventor teve um problema semelhante em 2015, quando a ministra Ana Arraes, do Tribunal de Contas da União (TCU), decidiu reprovar suas contas como presidente da Fecomercio-CE em 2008. Atualmente, ele recorreu e o relatório de gastos é considerado sub judice.

Em entrevista a VEJA, em dezembro, Gastão disse se tratar da contratação de entidades sociais que não forneciam nota fiscal. “São entidades filantrópicas que fizeram esse trabalho. E essas entidades muitas vezes não fornecem a nota e foi isso que aconteceu. Mas eu já fui absolvido pelo Conselho da CNC, sendo considerado um exemplo de gestão. E isso também acontecerá na Justiça.”

Outro lado

Em nota, a Fecomércio do Rio afirmou que “as acusações que recaem sobre Orlando Diniz são infundadas” e que os fatos serão esclarecidos. O órgão criticou a Confederação Nacional, que, alega, “tem interferindo indevidamente na entidade do Rio de Janeiro com a única finalidade de se manter no poder.”

Leia na íntegra o posicionamento da Fecomércio-RJ:

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Nota à Imprensa

As acusações que recaem sobre Orlando Diniz são infundadas. Ele vai esclarecer todos os pontos levantados pela Policia Federal e pelo MPF e o devido processo legal irá provar sua inocência.

O comando nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), dirigida desde 1980 pela mesma pessoa, tem interferindo indevidamente na entidade do Rio de Janeiro com a única finalidade de se manter no poder.

As inverdades levantadas contra o grupo legitimamente eleito para dirigir a Fecomércio e o Sesc têm resultado na destruição de projetos importantes para a sociedade fluminense (como o investimento no esporte), no enfraquecimento do comércio no Estado e na desprofissionalização da Fecomércio, hoje controlada por interventores indicados politicamente.

Orlando Diniz sempre colaborou com as investigações e esteve à disposição para prestar os devidos esclarecimentos às autoridades.

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