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Ineficiência da estatal tem causas políticas

Qualidade do serviço prestado pelo estatal foi analisada por ministros

Por Da Redação
30 jul 2010, 12h11

O loteamento de cargos públicos nas estatais por apadrinhados políticos é um problema crônico no país. A mudança na direção dos Correios anunciada nesta quarta-feira foi o ápice de uma administração confusa e pouco eficiente – iniciada, é bom lembrar, pouco mais de um ano da revelação do famoso vídeo em que o funcionário dos Correios Maurício Marinho embolsou 3 000 reais em nome do ex-deputado Roberto Jefferson, caso que deu origem ao mensalão.

O trabalho do presidente demitido, Carlos Henrique Custódio, vinha sendo contestado por assessores do próprio governo. Era classificado como ineficiente e burocrático. A avaliação interna era que as divergências entre diretores escolhidos pelo PMDB e os ligados ao PT estavam por trás dos problemas enfrentados pelos clientes da empresa, como o atraso nas correspondências, especialmente no Sedex.

Em junho, o presidente Lula encomendou uma análise da instituição para os ministros José Antonio Filardi, das Comunicações; Paulo Bernardo, do Planejamento, e Erenice Guerra, da Casa Civil. O relatório destacou especialmente três problemas. Foram eles o atraso na licitação de 1.429 franquias cujos contratos vencem em novembro, as falhas na logística e a demora na realização de um concurso público que atraiu mais de 1 milhão de inscritos.

A insatisfação do governo com a administração não é recente. Em junho, Lula havia adiado a decisão de demitir a diretoria da empresa para não prejudicar aliança entre PT e PMDB em Minas Gerais.

O ponto máximo do estremecimento entre o governo e os antigos diretores ocorreu nesta semana. O site dos Correios divulgou uma campanha de incentivo para que candidatos enviassem propaganda política aos eleitores por mala direta. As dicas provocaram polêmica e foram retiradas do ar a pedido da Casa Civil.

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O ministro das Comunicações negou que a troca de comando tenha causa política. A exoneração ocorreu, de acordo com Filardi, por causa da dificuldade recente do órgão em fazer licitações e organizar concursos públicos

Apesar da mudança, a estatal segue sob o comando do PMDB. Custódio, ligado ao ex-ministro Hélio Costa, será substituído por David José de Matos, integrante do governo de José Roberto de Arruda no Distrito Federal, que deixou o cargo após denúncias de corrupção.

Além do presidente, também foi exonerado o diretor de Gestão de Pessoas da estatal, Pedro Magalhães. Ele será trocado por Nelson Luiz Oliveira de Freitas. Para a posição de diretor de Operações, vago desde o mês passado, será nomeado Eduardo Artur Rodrigues Silva. A função estava sem diretor desde o dia 17 de junho, quando o então titular, Marco Antônio Oliveira, foi demitido.

(Com Agência Estado)

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