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Impeachment: governador do Rio toma posse prometendo gestão austera

Depois do afastamento definitivo de Wilson Witzel sob acusação de corrupção na área da saúde, Cláudio Castro assume o Palácio Guanabara

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 1 Maio 2021, 13h25 - Publicado em 1 Maio 2021, 13h06

Depois de oito meses como chefe do executivo em exercício, Cláudio Castro (PSC) foi empossado governador do Rio de Janeiro na manhã deste sábado, 1º, em uma cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A posse acontece um dia após o Tribunal Especial Misto, formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais, ter decidido pelo afastamento definitivo do agora ex-governador Wilson Witzel (PSC) do cargo.

O ex-juiz federal, eleito em 2018 com o apoio do clã Bolsonaro, foi o primeiro governador de estado a sofrer impeachment desde o período da ditadura militar. Ele foi punido por crime de responsabilidade pela má gestão de contratos na área da saúde durante a pandemia da Covid-19, nos quais havia um caixa de propina paga pelas Organizações Sociais (OSs) e o próprio seria um dos principais beneficiários – fato que Witzel nega. As investigações apontaram que o valor total arrecadado ilegalmente seria de 55 milhões de reais.

Castro, que antes ocupar o cargo de vice-governador tinha pouca expressão política – seu currículo continha um único mandato como vereador (2016) na Câmara do Rio – destacou na manhã deste sábado que agora é o início de um governo de diálogo.

Após a cerimônia ser aberta pelo Presidente da Alerj, o deputado estadual André Ceciliano (PT), e do pedido de que todos os presentes fizessem um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do novo coronavírus, o novo governador do Rio fez um breve discurso. “Não há futuro sem uma gestão austera, comprometida com as contas públicas. Continuaremos com a recuperação fiscal, vamos melhorar os serviços públicos, devolvendo a confiança a quem quer investir no estado. Seremos um governo de diálogo que vai olhar dia e noite por quem precisa”, ressaltou. Em sua fala, o governador empossado ainda afirmou acreditar na ciência para combater a pandemia e destacou o planejamento econômico e de segurança pública.

Pouco antes da cerimônia, a caminho da Alerj, Castro havia postado um vídeo em seus redes sociais, ao lado da mulher e dos filhos, dentro do carro. Na gravação, o político se diz preparado para os desafios impostos pelo cargo e também havia falado da questão econômica do estado. “Recebo esse desafio com uma vontade enorme de acertar. Com uma vontade enorme de fazer a vida do nosso estado melhor, a vida de cada um que mora aqui, melhor. Temos um grande desafio com a pandemia que está posto. Temos um grande desafio em manter os empregos, em aumentar os empregos, desenvolver o nosso estado, ajudar na geração de renda. É um grande desafio pela frente”, declarou.

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Ainda na gravação, ele também falou sobre o leilão da Cedae, estatal de água e esgoto fluminense, o maior já ocorrido no país, que arrecadou 22 bilhões de reais, e como ele pode impactar o estado. “Ontem foi um dia de vitória, um dia de glória para o Rio de Janeiro, com a concessão dos serviços de água e esgoto. E não tenho dúvida que essa concessão vai ajudar a gente a reequilibrar as contas do nosso estado. Mas, principalmente, fazer um grande investimento em infraestrutura”.

O novo ocupante do Palácio Guanabara, um advogado e cantor gospel de 42 anos, terminou o vídeo pedindo para que as pessoas “rezem por esse novo tempo”. Ao final, diz estar de peito e braços abertos para que se “possa realmente mudar essa trajetória do nosso estado”.

Até virar vice na chapa de Witzel, um azarão na campanha ao governo do estado de 2018, Castro só havia sido vereador em um mandato e atuado como assessor de deputados na Alerj. “Virei vice porque não tinha outro nome disponível no partido”, chegou a declarar sobre a sua escolha. Ao assumir interinamente no ano passado o governo, Castro estreitou o relacionamento com o clã Bolsonaro e admitiu que fala com frequência com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Como o seu antecessor, Castro também foi alvo de uma investigação do Ministério Público, mas ligada à pasta da assistência social. Ele teria recebido propinas no valor de 100 000 reais de empresários com contratos milionários com a Fundação Leão XIII, fato que ele afirma ser totalmente inverídico.

O ex-juiz Federal Wilson Witzel foi afastado definitivamente do cargo de governador pelo Tribunal Especial Misto. O placar final foi de 10 votos a favor do impeachment e nenhum contra. Ao final, ainda ficou decidido por sua inelegibilidade por um prazo de cinco anos.

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