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Humorista crítico a Bolsonaro sai escoltado pela PM de ato no Rio

Marcelo Madureira discursava em um carro de som do Movimento Vem Pra Rua quando foi ameaçado por manifestantes que simpatizam com o presidente

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 25 ago 2019, 14h14 - Publicado em 25 ago 2019, 14h12

O humorista Marcelo Madureira teve de sair escoltado pela Polícia Militar de um ato organizado pelo Movimento Vem Pra Rua na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, por fazer críticas ao governo Jair Bolsonaro.

Do alto de um carro de som, ele foi alvo de gritos de “fora” e “desce, teu carro é outro” por parte de manifestantes vestidos de verde amarelo e com camisetas que estampavam os rostos do presidente da República e do ministro da Justiça, Sergio Moro.

“Não tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário. Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava Jato? É isso que está acontecendo”, disse Madureira antes de ter o microfone cortado.

Os organizadores apelaram ao público para “não dividir o movimento”. Pouco depois, Madureira desceu do carro de sol e foi escoltado por policiais até um táxi, recebendo vaias de alguns e os parabéns de outros. “É uma minoria de pessoas que não sabem viver em um regime democrático. O governo está fazendo coisa errada”, disse.

Liderando manifestações em mais de 60 cidades contra a Lei do Abuso de Autoridade neste domingo, o Movimento Vem Pra Rua, de apoio à Lava Jato, escolheu a casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como um dos dois pontos de concentração no Rio. Ele é visto pelo movimento como o comandante de uma manobra que levou à aprovação “a toque de caixa e de madrugada” do projeto no último dia 14.

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Por volta das 10h30, aproximadamente 80 pessoas se concentraram na porta do prédio de Maia, na praia de São Conrado, aos gritos de “Fora Maia” e “Veta Bolsonaro”. Também levavam cartazes e faixas com inscrições como “Rodrigo Maia Inimigo da Lava Jato” e “Botafogo apoia a corrupção”, em referência ao suposto codinome atribuído a Maia em planilha da Odebrecht.

O texto aprovado na Câmara define os crimes de abuso de autoridade cometidos por servidores públicos, militares, membros dos poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, do Ministério Público e dos tribunais ou conselhos de contas. A proposta lista uma série de ações que poderão ser consideradas crimes, com penas previstas que vão de prisão de três meses até 4 anos, dependendo do delito, além de perda do cargo e inabilitação por até cinco anos para os reincidentes.

Na ocasião, Maia disse que o texto aprovado é o mais justo, por abranger todos os Poderes: “O texto é o mais amplo, onde todos os poderes respondem a partir da lei”, destacou.

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“É uma lei que não está protegendo o cidadão comum, mas os bandidos da velha política. Vetar tudo seria o recado de que ele [Bolsonaro] não vai retroceder na luta contra a corrupção”, disse a coordenadora do Vem Pra Rua no Rio, Adriana Balthazar, para quem Maia é considerado um traidor.

O presidente Jair Bolsonaro vem sofrendo pressão de políticos, entidades de classe e até de Moro para barrar a lei. A medida é vista como uma reação do mundo político à Operação Lava Jato, pois permitiria criminalizar condutas que têm sido comuns em investigações no país. Na quinta-feira, 22, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao presidente que vete o texto.

Os atos do Vem Pra Rua também pedem que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, encaminhe para discussão os pedidos de impeachment de Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a manutenção da prisão do ex-presidente Lula e a indicação de Deltan Dallagnol para procurador-geral da república.

Os manifestantes criticaram a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça. Por medida provisória, o órgão foi transferido para o Banco Central, teve o seu nome alterado para Unidade de Inteligência Financeira e sofreu mudanças na composição, permitindo o recrutamento de integrantes de fora do serviço público, o que poderá abrir o órgão para indicações políticas.

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Em São Conrado, uma repórter do jornal Estado de S.Paulo foi, por duas vezes, abordada de forma ameaçadora por manifestantes. Não houve agressão física.

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