Hopi Hari ficará fechado por dez dias para vistoria
Medida faz parte de termo firmado entre direção do parque e Ministério Público após morte de adolescente; multa por descumprimento é de 95 mil reais por dia
O parque Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, vai ficar fechado pelo menos pelos próximos dez dias, a contar desta sexta-feira, por determinação do Ministério Público (MP). Na última sexta-feira, a adolescente Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, morreu ao despencar do brinquedo La Tour Eiffel. A medida faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado nesta quinta-feira entre a direção do Hopi Hari e a Promotoria de Justiça dos Direitos do Consumidor do MP. A multa para o Hopi Hari em caso de descumprimento da medida é de 95 000 reais. O prazo de fechamento poderá ser prorrogado.
Segundo a promotora Ana Beatriz Vieira, a suspensão das atividades é uma ação de prevenção porque o sistema de segurança do parque já se mostrou ineficiente. O sistema de travamento do brinquedo, explicou, dependia exclusivamente da ação humana. “Se o humano falhasse, certamente seria fatal – como foi”, disse Ana Beatriz. “A responsabilidade do parque é inegável. Houve uma falha no serviço, que foi mal prestado e causou dano ao consumidor”.
O Hopi Hari admitiu, nesta quinta, que a cadeira em que Gabriella estava sentada deveria estar interditada. A família quer indenização do parque e da prefeitura de Vinhedo.
Vistoria – A partir de segunda-feira, uma equipe do MP vai vistoriar os equipamentos, checar os procedimentos de segurança e o treinamento dos funcionários do parque. Participarão da vistoria integrantes do Conselho Regional de Engenharia de São Paulo, do Instituto de Criminalística, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e do Corpo de Bombeiros. O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior, responsável pelas investigações, também estará no local.
A direção do Hopi Hari deve manter uma equipe de operação e manutenção à disposição da equipe do MP que vai fazer a vistoria, assim como apresentar documentos relativos aos equipamentos. Após a checagem das condições de funcionamento do parque, o MP decidirá se ele poderá reabrir as portas e se medidas adicionais terão que ser tomadas para que se enquadre às normas de segurança. “O objetivo do Ministério Público é garantir a segurança do frequentador do parque”, disse a promotora.
Sinalização – O brinquedo de onde Gabriella caiu, La Tour Eiffel, ficará fechado por tempo indeterminado até que fique comprovado que ele é seguro. Quando o brinquedo voltar a funcionar, a cadeira em que ela estava sentada deverá permanecer interditada e sinalizada para que ninguém ocupe o lugar. “O parque se comprometeu a manter inoperante o equipamento, por tempo indeterminado, até que seja apresentado ao Ministério Público um plano de incremento de segurança dessa atração”, afirmou a promotora.
O MP informou que uma empresa suíça é a fabricante do brinquedo. Existem quarenta equipamentos como esse no mundo e essa foi a segunda morte de um usuário. A primeira foi em 1999, nos Estados Unidos, quando, além da trava, não era usada a fivela de segurança.