Onda de assassinatos se eleva por mais um mês seguido: 86 mortes em janeiro
Por Felipe Frazão
3 fev 2014, 07h22
A criminalidade subiu na Região Metropolitana de São Luís, a capital do Maranhão, em 2014. O número de assassinatos chegou a 86 em janeiro, ante 64 no primeiro mês do ano passado. O aumento é de 34%. Janeiro foi o mês em que o horror das cadeias do Estado chegou às ruas em formas de ataques a ônibus e delegacias, após ordens de criminosos presos.
Os homicídios se mantiveram praticamente no mesmo patamar de dezembro passado – o mês mais violento de 2013, quando houve 87 mortes na Grande São Luís. A região engloba a capital e os municípios São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.
Em setenta dos 86 casos de janeiro, as vítimas foram assassinadas com armas de fogo. Os números refletem apenas a criminalidade nas ruas, já que não incluem os assassinatos de presos – contados em estatística separada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Maranhão. A morte da menina Ana Clara, de 6 anos, atingida pelas chamas de um ônibus incendiado por traficantes também está fora da conta porque foi registrada como lesão corporal seguida de morte.
O Maranhão vive uma onda de assassinatos. Entre 2009 e 2011, o número de homicídios variou entre 499 e 519 na região da capital. Em 2012, o índice subiu para 635; e saltou para 807 no acumulado de 2013.
Em meio à crise, o governo do Maranhão usou como mote de anúncios na TV o sistema de videomonitoramento da polícia. As câmeras instaladas em setembro na capital maranhense teriam reforçado a segurança, segundo a propaganda institucional da gestão Roseana Sarney (PMDB). Em todos os meses seguintes, porém, as estatísticas indicaram o aumento de assassinatos. E janeiro mostrou que tendência nos homicídios continua em alta.
A falta de segurança coincide com uma crise deflagrada no sistema carcerário do Estado. Desde o ano passado, 65 detentos foram mortos no Maranhão. O epicentro do caos prisional é o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde foram encarcerados os líderes das facções criminosas.
Para a Polícia Civil maranhense, a onda de assassinatos está associada à disputa por pontos de venda de drogas na Grande São Luís. O Bonde dos 40, facção de traficantes da capital, disputa o controle sobre o fornecimento de crack em bairros pobres e favelas contra o Primeiro Comando do Maranhão (PCM), criado por criminosos do interior.
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