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História política do Brasil republicano – Região Nordeste

Antônio Carlos Magalhães fez companhia a quase todos os presidentes da República até sua morte, em 2007

Por Branca Nunes, Bruno Abbud
3 out 2010, 17h06

Em 1965, Glauber Rocha registrou o discurso de posse de José Sarney, governador recém eleito que prometia acabar com as oligarquias regionais e modernizar o Maranhão

Protagonista da história política do país desde os tempos da colonização, o Nordeste começou a perder importância quando o domínio econômico migrou para as terras roxas e os campos do Sudeste. A ascensão de Getúlio Vargas à Presidência encerra a política do café-com-leite e o poder deixa de ficar concentrado em Minas Gerais e São Paulo. Entretanto, foram poucos os coronéis do Nordeste que tiveram importância nacional. A maioria permaneceu restrita às fronteiras regionais.

Pernambuco

“Quem viver em Pernambuco, há de estar desenganado; ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado”.

Cantarolado desde a época da Revolta Praieira (1848-1850), o verso se refere a um dos clãs mais tradicionais de Pernambuco, os Cavalcanti, que têm, entre outras figuras de destaque, Pedro de Araújo Lima, conhecido como o marquês de Olinda, o governador Carlos de Lima Cavalcanti e o deputado federal Artur Melo de Lima Cavalcanti.

Pernambuco apresenta algumas características que o diferenciam dos demais estados brasileiros. Por exemplo, as marcas deixadas pela colonização holandesa, principalmente na época de Maurício de Nassau, e uma linhagem de governadores esquerdistas que inclui o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, eleito em 1948, e Miguel Arraes, que assumiu 14 anos depois.

Patriarca do único clã de esquerda da política republicana brasileira, Arraes, durante seu primeiro governo, estendeu o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais e apoiou a criação de sindicatos, associações comunitárias e das ligas camponesas. Consideradas precursoras do Movimento dos Sem Terra (MST), as ligas eram associações de trabalhadores rurais que existiram de 1955 a 1964. Lideradas pelo advogado Francisco Julião, eleito deputado federal em 1962, foram inicialmente criadas com o objetivo de arrecadar recursos para enterrar os mortos – até então depositados em valas comuns. Com o tempo, o movimento acrescentou reivindicações de ordem política à luta pelos direitos dos trabalhadores no campo.

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Deposto, preso e exilado depois do golpe militar de 1964, Arraes retornou ao país em 1979 e, para o governo, em 1987. Em 1994, foi eleito novamente, mas perdeu a reeleição de 1998 para o ex-aliado Jarbas Vasconcelos, pertencente à mesma linhagem esquerdista.

Morto em 2005, tem neste ano a chance de redimir-se da derrota pela figura do neto Eduardo Campos, atual governador, que disputa a reeleição. Se as pesquisas de intenção de votos se confirmarem, Eduardo ganhará de Jarbas no primeiro turno.

Sergipe

Desmembrado da Bahia em 1823, o território de Sergipe só foi alçado à categoria de estado com a Proclamação da República, em 1889. Durante o regime militar, a política passou a seu comandada pelos Franco, tradicional família de senhores de engenho.

Médico, o patriarca Augusto Franco foi o proprietário da maior usina açucareira de Sergipe. Em novembro de 1966, elegeu-se deputado federal pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), sendo o candidato mais votado em todo o estado. Indicado pelo Colégio Eleitoral, assumiu o governo em 1979.

Já no PDS, foi um dos 112 deputados ausentes à sessão que votou a emenda Dante de Oliveira – que propunha o restabelecimento imediato das eleições presidenciais diretas para a Presidência da República. Em 1985, como presidente do PDS, apoiou a candidatura de Paulo Maluf para a Presidência, derrotada pela chapa de Tancredo Neves e José Sarney.

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Na época do golpe militar de 1964, o governador de Sergipe era o advogado Seixas Dória. Político de esquerda, foi um dos maiores entusiastas das reformas de base propostas por João Goulart. Assim como Miguel Arraes, foi deposto pelos militares e levado para o presídio de Fernando de Noronha.

Alagoas

Um dos menores estados brasileiros, Alagoas tem uma das maiores densidades de presidentes por quilômetro quadrado. Berço de alguns dos mais poderosos militares brasileiros, nasceu ali o primeiro chefe de governo depois da queda do imperador em 1889. Embora fosse monarquista, as circunstâncias levaram Deodoro da Fonseca a liderar o golpe militar que proclamou a República.

Entre os exemplos do seu temperamento impulsivo, está a resposta a um engenheiro que o procurou para reivindicar a concessão de uma estrada de ferro: “E quanto a estradas de ferro, só darei uma única concessão, e será a que partir do inferno e vá terminar na casa da mãe de quem me pedir”. Dos seus nove irmãos, sete também foram oficiais do Exército, sendo que três morreram na Guerra do Paraguai. Deodoro foi sucedido pelo também alagoano Floriano Peixoto, conhecido pelo apelido de Marechal de Ferro, pela violenta repressão a movimentos anti-republicanos.

A Revolução de 30 marca a ascensão política de Pedro Aurélio de Góis Monteiro, comandante militar da rebelião. Em 1934 assumiu o Ministério da Guerra de Getúlio Vargas, permanecendo no cargo até ser substituído por Eurico Gaspar Dutra. Participou ativamente da decretação e manutenção do Estado Novo, o que contribuiu para a consolidação do seu clã na política alagoana.

Um dos episódios mais marcantes da vida política de Alagoas foi o feroz antagonismo entre os senadores Arnon de Mello e Silvestre Péricles, que durou anos e chegou ao dramático desfecho em 1963. Meses antes, Silvestre havia anunciado que, caso Arnon ousasse falar na tribuna, seria silenciado a bala.

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Armado com um revólver, Arnon decidiu fazer um pronunciamento no dia 4 de dezembro. Ao ouvir as primeiras palavras do inimigo, Silvestre sacou o revólver e avançou em direção à tribuna com o dedo em riste, gritando: “Crápula!”. Só foi impedido de atingir o alvo porque o colega paraibano João Agripino colocou o dedo entre o cão e o cano da arma. Arnon de Mello disparou três tiros, um dos quais alcançou o peito de José Kairala, suplente acreano que convidara mulher e filhas para vê-lo em ação no último dia de mandato. Péricles saiu imune, Arnon, impune, e Kairala morreu horas depois.

Filho de Arnon, Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura militar. Acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção organizado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias, renunciou ao cargo em 1992, o que não evitou que sofresse um processo de impeachment. Este ano, tenta voltar ao governo do estado.

Paraíba

Eleito em 28 de julho de 1919, o paraibano Epitácio Pessoa foi o primeiro nordestino a assumir a Presidência pelo voto direto. Rodrigues Alves, vencedor da eleição, morreu antes da posse, sendo substituído pelo vice, Delfim Moreira. Portador de senilidade precoce, Moreira teve de deixar o posto pouco tempo depois.

Epitácio recebeu a notícia da vitória por telegrama, durante uma missão diplomática na França. “Ninguém jamais se elegeu para a Presidência em condições tão fáceis”, escreveu Oswaldo Trigueiro, político e diplomata, no livro “A política do meu tempo”. Rui Barbosa, que também pleiteava o cargo, foi derrotado apesar de ter feito uma campanha intensa.

Sobrinho de Epitácio, João Pessoa, governador da Paraíba, foi candidato a vice presidente na chapa de Getúlio Vargas em 1930. Derrotado por Julio Prestes, Vargas subiu ao poder com a Revolução de 30, desencadeada depois do assassinato de João Pessoa que, embora tenha sido um crime passional, foi usado como pretexto político pelos revoltosos.

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Outro político de destaque no estado foi o poeta Ronaldo José da Cunha Lima, governador entre 1991 e 1994, quando protagonizou o episódio conhecido como “Caso Gulliver”: Cunha Lima disparou três tiros contra seu antecessor, Tarcísio Burity, num restaurante em João Pessoa. Para escapar do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, em outubro de 2007, renunciou ao mandato na Câmara (havia sido eleito deputado federal em 2003) para perder o foro privilegiado e fazer com que o caso voltasse para a primeira instância da Justiça comum.

Este ano, seu filho, o governador Cássio Cunha Lima, concorre a uma vaga no Senado. A candidatura foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral com base na Lei Ficha Limpa, mas Cássio aguarda o julgamento do recurso.

Piauí

Sem grande expressão na política nacional, o Piauí tem em Petrônio Portela uma de suas figuras de maior destaque. Eleito governador em 1963, Portela estava no cargo quando eclodiu o golpe militar de 1964.

Um dos cacique da Aliança Renovadora Nacional (Arena), braço parlamentar do governo, Portela teve papel de destaque durante o novo regime. Presidente do Senado, comandou, em 1977, a chamada Missão Portela, destinada a escolher os governadores mais adequados à execução do processo de “abertura lenta, gradual e segura”, idealizado pelo presidente Ernesto Geisel.

No início de 1980, de volta de uma viagem ao sul do país, Portela começou a passar mal. Ao desembarcar em Brasília, ainda deu uma entrevista coletiva antes de seguir para o hospital. Já estava sentindo as dores do enfarte que o mataria. “Era comum aos políticos daquela época não demonstrar nenhum tipo de fraqueza em público”, recordaria Jorge Bornhausen. Seu irmão mais velho, Lucídio Portela, foi o último governador do Piauí eleito pelo voto indireto, em 1978.

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Ceará

Um dos comandantes de destacamento da Coluna Prestes, Juarez Távora foi uma das estrelas políticas do Ceará. Fez do irmão, Manoel Fernandes Távora, o primeiro interventor federal no estado depois da Revolução de 30 e foi ministro da Agricultura de Getúlio Vargas entre 1932 e 1934. Nas eleições de 1955, disputou a Presidência pela UDN e foi derrotado por Juscelino Kubitschek.

Nesse período, outro político de grande destaque no Ceará foi Meneses Pimentel. Governador do estado entre 1935 e 1937, foi interventor de 1937 a 1945, deputado federal, ministro da Justiça de Juscelino Kubitschek e senador de 1959 a 1971.

Sobrinho de Juarez Távora, o governador Virgílio Fernandes Távora compôs com os também governadores César Cals e Adauto Bezerra, a trinca de coronéis que dominou a política cearense durante o regime militar. Os 3 foram apeados do poder depois da eleição de Tasso Jereissati, em 1986.

A partir de então, todos os governadores cearenses contaram com o apoio de Tasso e dos irmãos Ciro e Cid Gomes. A amizade ficou abalada depois que Cid, candidato ao governo, decidiu não apoiar oficialmente a candidatura à reeleição do senador tucano.

Bahia

Interventor federal na Bahia de 1931 a 1937 e governador do estado de 1959 a 1963, Juracy Magalhães dominou a política regional por mais de 30 anos. Foi ele o padrinho político de um dos personagens mais importantes da história política brasileira: Antônio Carlos Magalhães, conhecido pelas iniciais ACM. Desde o governo de Juscelino Kubitschek, de quem era amigo, ACM fez companhia a quase todos os presidentes da República até sua morte, em 2007.

O auge da sua influência aconteceu durante o regime militar. ACM foi duas vezes deputado federal (1959-1967, 1970-1971), três vezes governador (1971-1994), ministro das Comunicações (1985-1990) e senador (1995-2007). Nas eleições de 1984, juntou-se à oposição contra Paulo Maluf, candidato lançado pelo seu partido, o PDS, ajudando a fundar a Frente Liberal – grupo de pedessistas dissidentes que apoiaram a chapa Tancredo Neves/José Sarney, do PMDB.

Em 4 de julho de 1984, dia do aniversário de ACM, o brigadeiro Délio Jardim, ministro do Aeronáutica, fez um discurso na cerimônia de inauguração do Aeroporto Internacional de Salvador no qual dizia: “A história não fala bem dos covardes e, muito menos, dos traidores. O caminho do progresso não é o caminhos dos conchavos com a esquerda incendiária, nem, tampouco, dos conciliábulos com os mercadores de consciência, travestidos de independência de ocasião”.

A referência indireta foi prontamente respondida por ACM: “Trair a Revolução de 64 e a memória de Castello Branco e Eduardo Gomes é apoiar Maluf para presidente. Trair os propósitos de seriedade e dignidade da vida pública é fazer o jogo de um corrupto, e os arquivos dos órgãos militares estão com as provas da corrupção e da improbidade”.

De acordo com o livro “Presidentes do Brasil”, editado pela Universidade Estácio de Sá, a violência da resposta de ACM expõe, simultaneamente, uma evidência e um paradoxo: “A evidência era que a força repressora dos militares estava enfraquecida – afinal, o governador baiano não foi sequer processado por acusar os militares de acobertarem um corrupto contra quem teriam provas. O paradoxo era que o candidato da oposição ao regime militar, segundo o ex-governador da Bahia, era a mais fiel expressão dos ideais que tinham gerado o regime contra o qual se opunha”.

Na agonia de Fernando Collor de Mello, ACM foi um dos dois governadores (o outro era Leonel Brizola) que continuaram ao lado do presidente. A explicação do próprio ACM para o episódio foi a liberação da verba para a construção da Linha Verde, rodovia que liga o litoral baiano ao de Sergipe. No Rio, o governo federal bancou a Linha Vermelha.

No último dia em que presidiu o Senado durante o governo Fernando Henrique Cardoso, seu filho, Luis Eduardo Magalhães, morto em 1998, assumiu a presidência da Câmara. Foi a primeira e única vez na história do país em que pai e filho estiveram à frente das duas casas do Congresso.

Desde a ascensão de ACM, o único político de oposição que assumiu o governo do estado foi Waldir Pires, em 1986. Este ano, caso o ex-governador Paulo Souto consiga superar a vantagem que o separa do principal adversário, o atual governador Jaques Wagner, que tenta a reeleição, o carlismo provará que continua vivo mesmo depois da morte de seu fundador.

Maranhão

Uma das estrelas ascendentes do cinema nacional, Glauber Rocha registrou, em 1965, o discurso de posse de um governador que prometia acabar com as oligarquias regionais e modernizar o estado. No filme, as falas do recém eleito José Sarney são alternadas com imagens da miséria crônica da região. O objetivo de Glauber era mostrar os desafios contra os quais Sarney teria de lutar. Passados 55 anos, o documentário comprova que o Maranhão continua essencialmente o mesmo.

Jornalista, Sarney pertenceu à chamada “geração dos poetas”, que iniciou o movimento de resistência ao senador Vitorino Freire, ligado ao presidente Eurico Gaspar Dutra, que dominou o Maranhão de 1945 a 1965. “Éramos uma turma de jovens que emergiu de repente na vida cultural de São Luis, escrevendo poemas, contos, publicando revistas e debatendo ideias”, lembra o poeta e jornalista Ferreira Gullar. O grupo ligava o atraso econômico que o estado vivia ao atraso político, atribuindo os dois à responsabilidade de Vitorino Freire.

Mesmo com a fraude correndo solta, Sarney – que em 1980 assumiria a cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras – conseguiu eleger-se. Ao empreender uma ação para recadastrar os eleitores do estado, uma das falcatruas descobertas foi a “família Kodak”, com mais de mil inscritos – todos moradores de estados vizinhos, que tinham as fotografias compradas e levadas para o Maranhão, onde se consumava a emissão dos títulos eleitorais falsos. O livro Presidentes do Brasil relatou o episódio: “Como não sabiam que nome dar aos eleitores, puseram como sobrenome a marca da máquina fotográfica. Assim tinha surgido a lista enorme: João Kodak, Antônio Kodak, Pedro Kodak e assim por diante”.

A perda do poder político no estado nunca foi totalmente digeridapor Vitorino. Na década de 1970, durante o primeiro mandato de Sarney no Senado, o velho desafeto ameaçou arrancar-lhe o bigode. Sarney diz que a partir daí passou a portar uma arma durante as sessões – da mesma forma que Vitorino fez a vida inteira.

Presidente do PDS em 1985, Sarney desvinculou-se do partido para filiar-se ao PMDB e tornou-se candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Tancredo Neves – na época, a legislação eleitoral exigia que a dobradinha fosse da mesma legenda. Tancredo foi eleito numa eleição indireta por 480 votos, contra 180 dados a Paulo Maluf. Internado com fortes dores abdominais 14 horas antes da posse, Tancredo morreu em 21 de abril de 1985.

“No hospital de base, na madrugada de 15 de março, os médicos estavam prontos para o procedimento cirúrgico, mas a anestesia do paciente foi retardada para que Tancredo pudesse receber, ainda lúcido, a decisão sobre a posse de Sarney”, descreve o verbete sobre José Sarney no livro “Presidentes do Brasil”. Como revelou o próprio Tancredo ao sobrinho Francisco Dornelles, por temer que sua internação retardasse a queda do regime autoritário, adiou até o limite do suportável a internação para tratar das dores que o afligiam havia dias. Sarney foi beneficiado também com o recuo do PMDB que desistiu de reivindicar a posse do presidente da Câmara, Ulisses Guimarães.

A partir de 1991, quando a filha mais velha de Sarney, Roseana, assumiu uma vaga na Câmara Legislativa, o patriarca do clã passou a candidatar-se pelo Amapá, deixando o estado Natal nas mãos dos rebentos. Em 1995, Roseana tornou-se a primeira mulher a eleger-se governadora no Brasil.

Assim como fazia Vitorino Freire, os métodos de dominação política dos Sarney incluem a fraude, a intimidação de prefeitos e eleitores e o controle da distribuição das verbas federais. José Sarney acabou criando uma oligarquia ainda mais poderosa do que a que jurou combater.

Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte é um dos estados brasileiros com maior quantidade de clãs, alguns dos quais continuam como protagonistas da política regional. Durante todo o século XX, enquanto os Maia e os Alves dominavam a capital, os Rosado permaneceram entrincheirados em Mossoró.

Cacique solitário, Dinarte Mariz cresceu politicamente com a vitória da Revolução de 30. Antes de tornar-se senador (1954) e governador (1955), Mariz teve papel de destaque na repressão da Intentona Comunista de 1935, quando Natal foi a única cidade do Brasil completamente tomada pelos revoltosos.

Os Maia controlaram o estado até a chegada ao poder de Aluísio Alves, em 1961. Com um discurso semelhante ao que levou José Sarney ao poder no Maranhão, em 1965, Aluísio elegeu-se pregando o fim das oligarquias locais e a modernização do estado. Permaneceu no cargo até 1966 e teve o mandato de deputado federal cassado depois da decretação do AI-5. Em 1982, foi derrotado na disputa pelo governo por José Agripino Maia.

O clã também levou ao poder os governadores Tarcisio Maia (entre 1975 e 1979), Lavoisier Maia (1979-1983) e José Agripino (1983-1986, 1991-1994).

Hoje, os Alves estão divididos entre o palanque do atual vice-governador Iberê Ferreira e da senadora Rosalba Ciarlini. Embora omita o Rosado na cédula eleitoral, Rosalba é nora de um dos fundadores do clã. Os Maia, que tentam manter-se na Câmara com o deputado federal Felipe Maia, disputam o governo com Wilma Maria de Faria, ex-mulher de Lavoisier Maia, conhecida anteriormente como Wilma Maia.

Deve-se creditar à família Rosado outra singularidade que chama a atenção na política potiguar. O patriarca, um farmacêutico chamado Jerônimo Rosado, decidiu nomear os filhos com números em francês. Entre eles estão o governador Jerônimo Dix-Sept Rosado, o senador Jerônimo Dix-Huit Rosado e o deputado federal Jerônimo Vingt Rosado.

Imagem do infográfico da Região Nordeste
Imagem do infográfico da Região Nordeste (VEJA)
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