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Hamilton Mourão: ‘Nós juramos defender as instituições do país’

Vice se apresenta como 'único assessor eleito' de Jair Bolsonaro, garante compromisso com a democracia, defende privatizações e revela mágoa com Haddad

Por Da Redação
Atualizado em 30 out 2018, 15h18 - Publicado em 30 out 2018, 10h06

Eleito vice-presidente da República na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) garantiu o comprometimento do novo governo com a democracia e a Constituição. Para isso, lembrou que, como militares, tanto ele quanto Bolsonaro tiveram de fazer juramentos ao ingressarem no Exército. “Nós juramos defender a honra, a integridade e as instituições deste país”, disse Mourão, em entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV!

“Nós não somos dois ditadores que chegaram para tomar o país”, afirmou, a respeito de críticas de que um governo de ambos poderia ser uma ameaça ao sistema democrático. O vice-presidente eleito manifestou preocupação com as reportagens de jornais estrangeiros, que os apresentam, em parte, sob esse aspecto.

Ele defende um enfoque do Ministério das Relações Exteriores para desmentir essa versão e esclarecer dúvidas. Entre outras viagens, Mourão defende uma ida de Bolsonaro à China, país que o presidente eleito já criticou enquanto deputado federal por seu relacionamento comercial com o Brasil.

Sobre seu papel no novo governo, Mourão garantiu que não será “decorativo” e pretende atuar como um “assessor privilegiado”, consultado por Jair Bolsonaro para as principais decisões do governo. “Sou um assessor privilegiado e o único assessor eleito”, diz.

O general atribuiu a vitória da sua chapa pelo fato de Bolsonaro ter sabido, na sua visão, colocar a “prancha” na “onda” que estava se formando no país. “A nossa sociedade estava revoltada com o gasto e o desperdício de dinheiro público em obras inacabadas, com o excesso da corrupção e uma gestão absurdamente falha. Uma noção de quem estava no poder só estava pelo poder. E o político que soube, nessa onda, colocar a sua prancha na posição correta foi o Bolsonaro”.

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Hamilton Mourão defendeu a participação de militares no governo, desde que estes tenham expertise para as áreas que serão nomeados. Citou nominalmente os generais Augusto Heleno, já anunciado por Bolsonaro para o Ministério da Defesa, e Oswaldo Ferreira, cotado para a área de infraestrutura. No entanto, o vice-presidente eleito afirma ser essencial que se combata a todo custo a politização dos quartéis, que devem seguir afastados de qualquer discussão política. “Quando a política entra pela porta da frente, a disciplina e hierarquia saem pela porta de trás.”

O general se apresentou como um liberal na economia, defendendo a adoção de um amplo programa de privatizações, que apenas não considere a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Neste ponto, ele afirmou divergir de Bolsonaro, considerando possível a privatização da Eletrobras, já criticada pelo presidente eleito.

Venezuela

Para o vice-presidente eleito, o Brasil não poderá cogitar uma ação militar na Venezuela, pelo princípio de não interferir na política de outros países. “Nossa política trata, tradicionalmente, da não ingerência em assuntos internos de outros países, assim como nós também não aceitamos ingerência nos nossos assuntos internos”, disse.

Mourão, que foi adido militar no país entre 2002 e 2004, afirma que considera muito provável que a situação venezuelana se agrave a ponto de fazer necessária uma intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU). “No caso específico da Venezuela, é um regime em desintegração. Um país que, muito em breve, será alvo de uma missão de paz das Nações Unidas, pelo grau de divisão que lá existe”. Nesse caso, segundo ele, o Brasil aí sim poderia ajudar, como líder das forças de paz, a exemplo do que ocorreu no Haiti.

‘Haddad deve desculpas’

O parceiro de chapa de Jair Bolsonaro revelou ter uma mágoa do ex-adversário na disputa presidencial, Fernando Haddad (PT). Durante uma entrevista na última semana antes da votação, Haddad afirmou que Mourão era um “torturador”, com base em um relato do cantor Geraldo Azevedo, que fez a acusação em um dos seus shows.

Posteriormente, Azevedo voltou atrás e se corrigiu. Quando o músico foi preso pela primeira vez, em 1969, o general Mourão tinha apenas 16 anos e não fazia parte das Forças Armadas. O agora vice-presidente eleito criticou Fernando Haddad por ter reproduzido a fala de Geraldo Azevedo sem se certificar da sua veracidade.

“Agora, o candidato do Partido dos Trabalhadores replicar isso em rede nacional sem nem fazer uma conta matemática é agressivo. Eu tenho netos, de 15 anos e de 11 anos, que foram questionados na escola se o avô deles era torturador. E não se desculpou o senhor Fernando Haddad”, queixou-se.

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