Haddad diz que foi equivocada ação que causou morte de menino de 11 anos
Guarda Civil Metropolitana atirou quatro vezes durante perseguição a um carro roubado, na Zona Leste de São Paulo; um dos disparou acertou o garoto
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Estadão, que foi equivocada a abordagem dos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que resultou na morte de um menino de 11 anos. O caso aconteceu na madrugada deste domingo, durante uma perseguição na Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital paulista. Haddad ainda afirmou que o guarda civil só pode usar a arma em casos “excepcionais”, quando houver vidas em risco, e que não é a sua função fazer o policiamento das ruas.
“O guarda civil anda armado para se proteger. Não é para fazer policiamento. A concepção do armamento para o guarda é para ele, como está protegendo um (bem) municipal, seja uma UBS (unidade básica de saúde), um hospital, um parque. Ele tem que se proteger”, disse o prefeito, classificando a ação como um “erro” por não terem sido respeitados os protocolos que regem o uso de armas pela GCM.
O guarda responsável pelos disparos, Caio Muratori, foi autuado em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pagou fiança e vai responder às acusações em liberdade. Esse é o segundo caso envolvendo perseguição e morte de uma criança por agentes de segurança pública neste mês em São Paulo. Três guardas participaram da ocorrência. O prefeito afirmou que vai abrir um processo administrativo disciplinar para fazer uma investigação “apurada” do caso.
À Polícia Civil, os guardas disseram que foram avisados por dois homens em uma moto que um grupo de ladrões em um Chevette prata havia acabado de roubá-los. Os guardas localizaram o carro suspeito, deram a ordem de parada e os tripulantes saíram em disparada. Durante a perseguição, os suspeitos do roubo teriam atirado contra os agentes, o que levou Muratori a disparar quatro vezes na direção do veículo, conforme o relato dos GCMs ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Um dos tiros atingiu a nuca do menino, que morreu antes de chegar ao hospital. Os outros dois ocupantes do veículo conseguiram fugir.
(Com Estadão Conteúdo)