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Haddad altera projeto de ciclovia e beneficia família de secretário

Faixa na Zona Sul ganhou desvio de 400 metros, segundo jornal, e saiu da rota das casas da família de Jilmar Tatto. Projeto previa ciclovia em linha reta

Por Da Redação
18 set 2015, 10h31

O projeto de uma ciclovia inaugurada na Zona Sul de São Paulo teve sua rota original alterada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no ano passado. A faixa foi criada duas quadras abaixo da rua que constava no projeto original, além de ter recebido um desvio para que não fosse implantada em linha reta. Segundo a reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a medida beneficiou a família do secretário de Transportes, Jilmar Tatto, que como presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), também é responsável pela implantação de ciclovias na cidade. Isso porque a nova rota desviou a faixa de cinco imóveis de parentes de Tatto, que seriam afetados pelo projeto original ou pelo formato linear da ciclovia.

O primeiro projeto foi elaborado pela empresa TC Urbes cujo presidente, Ricardo Corrêa, afirmou à reportagem que não entendeu o motivo da mudança. “Começamos os estudos em 2006, com discussões públicas junto a comerciantes e moradores. Mas a prefeitura internalizou o processo. Parece que foi no achismo” disse. A rota ganhou 400 metros a mais para que o desvio fosse realizado, além de passar por quatro curvas e quatro travessias – onde o ciclista pedala lado a lado com os carros.

Para que o projeto fosse executado no novo local, um trecho de uma rua precisou ser asfaltado. Moradores da região afirmaram que a medida foi realizada de um dia para o outro e que, em três dias, a ciclovia já havia sido construída – eles não foram consultados sobre a execução do projeto.

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A reportagem passou pelos cinco imóveis dos familiares do secretário de Transportes e, em frente a todos eles, havia carros estacionados no local onde seria implantada a ciclovia. Um dos sobrinhos de Tatto – que é sócio de um prédio na mesma rua – afirmou que a criação da faixa seria prejudicial para seus negócios e que ela deveria continuar onde está. O empresário também afirmou que o tio não influenciou na mudança das rotas.

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Trajeto – A ciclovia começa na rua Alexandre Dumas, é desviada para a rua Fernandes Moreira e retorna à Alexandre Dumas, completando 2,4 quilômetros de extensão. Ciclistas disseram à reportagem que o desvio não tem sentido algum e que até deixam de utilizar a faixa para não terem que passar por ele.

De acordo com o diretor de Associação Comercial de São Paulo, Luiz Augusto Barbosa, comerciantes e moradores não foram consultados antes da execução do projeto, e donos de estabelecimentos estão se sentindo prejudicados porque a obra dificulta o acesso dos clientes. Barbosa ainda evidenciou que a Haddad tem criado uma guerra entre comerciantes e ciclistas.

Prefeitura – Procurada pela reportagem, a gestão Haddad disse “repudiar insinuações” de que o desvio da rota se deu em benefício da família de Jilmar Tatto. Segundo o órgão, os critérios adotados foram técnicos e o secretário não teria acompanhado a execução desse projeto, especificamente. Para a prefeitura, o que foi levado em consideração foram a conexão com outros meios de transporte, o desvio de interferências locais – como pontos de ônibus – e a ligação direta com a estação de trem Granja Julieta.

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(Da redação)

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