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Haddad afasta do cargo sócio da mulher de Jilmar Tatto

Auditor Moacir Reis deixa diretoria de Fiscalização do Setor Financeiro. Apesar da exoneração, ele seguirá ativo na prefeitura, com salário de 19 607,61 reais

Por Felipe Frazão 7 nov 2013, 09h49

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), exonerou do cargo de confiança o auditor tributário Moacir Fernando Reis, sócio da mulher do secretário municipal de Transportes e deputado federal licenciado, Jilmar Tatto (PT). A destituição de Reis do posto de diretor de Fiscalização do Setor Financeiro foi publicada na manhã desta quinta-feira no Diário Oficial da Cidade. O caso foi revelado pelo site de VEJA nesta terça-feira.

Reis é um dos servidores da Subsecretaria da Receita Municipal suspeitos de participação no esquema de cobrança de propina de construtoras – a fraude pode ter desviado até 500 milhões de reais do Tesouro da prefeitura. O auditor investigado é sócio do estacionamento Samepark, uma microempresa sediada na casa de Jilmar Tatto e que também tem como donos a mulher do secretário, Adli Osman Tatto, e os irmãos dela, Jamile Osman e Salah Ali Osman. O auditor também namora a irmã de Adli.

Jamile e Salah Osman já doaram pequenas quantias para campanhas eleitorais de Jilmar Tatto (deputado federal licenciado) e do irmão dele, o vereador Arselino Tatto (PT).

Portaria de exoneração do cargo do auditor Moacir Fernando Reis, sócio da mulher do deputado federal e secretário de Transportes de SP, Jilmar Tatto (PT)
Portaria de exoneração do cargo do auditor Moacir Fernando Reis, sócio da mulher do deputado federal e secretário de Transportes de SP, Jilmar Tatto (PT) (VEJA)

A portaria que retira Reis do cargo foi assinada nesta quarta-feira pelo secretário de Governo Municipal, Antonio Donato (PT) – que, segundo escutas, teria recebido 200 000 reais do servidor Luis Alexandre de Magalhães (preso na quarta-feira da semana passada e liberado no domingo, após assinar acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual). Donato nega ligação com o bando. Segundo o texto do Diário Oficial da Cidade, a exoneração foi assinada a pedido do servidor.

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Nesta quarta, Haddad afirmou em entrevista coletiva que pretendia “aguardar o rumo das apurações” da Controladoria-Geral do Município (CGM) antes de exonerar o servidor. Questionado sobre a idoneidade de Reis, Jilmar Tatto afirmou estar surpreso com a sindicância contra o auditor: “Eu confio em mim“, afirmou. O secretário ainda disse que “não se lembrava” da sociedade da mulher com o auditor e que a empresa nunca teve movimentação financeira. Haddad e Tatto se reuniram na tarde de quarta-feira no gabinete do prefeito.

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Imóveis – Apesar do afastamento, Reis deve continuar ativo na prefeitura, já que é servidor de carreira e recebe remuneração bruta de 19 607,61 reais. Ele também aparece como maior cotista de uma empresa de compra, venda e aluguel de imóveis próprios, a MFPR Administração de Bens. Aberta em 2010, ela tem capital social de 541 000 reais. A sede declarada é o apartamento na Vila Mariana onde mora Reis, segundo dados da Junta Comercial paulista.

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O uso de empresas de fachada, declaradas como administradoras de bens, era um dos expedientes usados pelos fiscais que desviaram verba dos cofres públicos por meio de fraudes na cobrança do imposto sobre serviços (ISS), de acordo com as investigações do Ministério Público Estadual.

Reis ainda é sócio de um comércio em Embu das Artes, a Florbela Decorações Conveniência, com capital social de 45 000 reais. Ele comprou metade da empresa em julho do ano passado. A reportagem não conseguiu localizar Moacir Reis para comentar o caso.

Auditora – Também nesta quarta, Haddad exonerou a auditora Paula Sayuri Nagamati do cargo de supervisora técnica 2 na Secretaria de Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Ela afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que o secretário Antonio Donato recebeu dinheiro para campanha eleitoral, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Haddad chegou a dizer que Paula “faz parte da quadrilha”, mas os promotores afirmam que, por enquanto, ela é “apenas testemunha”. Não há, no Diário Oficial da Cidade, intimação de Paula para depor na Controladoria-Geral do Município – o que ocorreu nos demais casos dos auditores investigados.

Paula foi chefe de gabinete do ex-secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Além de supervisora no Observatório de Políticas Sociais ligado à pasta da secretária Luciana Temer (PMDB), ela foi suplente e chegou a exercer cargo no Conselho de Administração Pública (Comap), durante este ano.

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