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Guerra de José Alencar contra o câncer durou 13 anos

Recorrência de internações e procedimentos clínicos comoveu o país e acabou fazendo do ex-vice um exemplo admirável de luta e perseverança

Por Da Redação
29 mar 2011, 15h12

Em janeiro de 2009, foi submetido à mais longa e complexa cirurgia de todas, em sua longa jornada em busca da cura. Era a quinta tentativa de remover o sarcoma detectado em 2006. Em dezessete horas e meia, os médicos retiraram 15 nódulos malignos da região abdominal. Uma operação rara

Por 13 anos, José Alencar travou uma longa luta contra o câncer. Só nos últimos quatro anos, desde a descoberta de um tumor, foram treze cirurgias, que o ex-vice-presidente encarou com confiança (“estou acostumado a montar em cavalo bravo”), bom humor (“estamos espantando o câncer no tiro”) e serenidade (“vamos ao jogo da vida”). Tal recorrência de internações e procedimentos clínicos comoveu o país e acabou fazendo de Alencar um exemplo admirável de perseverança e espírito de luta.

Em 1997, Alencar extirpou um tumor do rim direito e outro do estômago. Por isso, perdeu dois terços do estômago. Em 2000, já senador por Minas Gerais, foi detectada uma anomalia na próstata, retirada em 2002. Por recomendação médica, Alencar, que tinha então 71 anos, teve uma participação discreta na campanha de Lula. Mas, na sua primeira entrevista após a vitória, Lula fez questão de lhe render homenagem. “Quero de público aqui agradecer a participação jovial do meu vice-presidente da República. Por onde eu andava, o Zé Alencar já tinha participado como se fosse um menino de 18 anos.”

Em 2004, ele passou por uma cirurgia com Ivo Pitanguy, para a retirada de um excesso de pele no nariz que dificultava sua respiração. No mesmo ano, retirou a vesícula biliar e, durante a recuperação, contraiu pneumonia no pulmão direito. No ano seguinte, submeteu-se a um cateterismo cardíaco e a uma angioplastia (cirurgia simples para desobstrução da artéria).

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Em julho de 2006, Alencar foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor no abdômen no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em novembro, nova intervenção, desta vez no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, um dos maiores centros oncológicos do planeta, para extirpar o mesmo câncer – que se regenerara. Descoberto durante um exame de rotina, o tumor, de aproximadamente 4 centímetros de diâmetro, era maligno. Em 2007 e 2008, duas novas intervenções pela mesma razão – um sarcoma na região do retroperitônio.

Em 28 de janeiro de 2009, foi submetido à mais longa e complexa cirurgia de todas, em sua longa jornada em busca da cura. Era a quinta tentativa de remover o sarcoma detectado em 2006. Em dezessete horas e meia, os médicos retiraram 15 nódulos malignos da região abdominal. Uma operação rara. “Quanta moça bonita”, disse Alencar às enfermeiras antes da cirurgia, dando mostra outra vez do conhecido bom humor.

Em maio, os tumores na região abdominal reapareceram. O então vice-presidente foi então para Houston, nos Estados Unidos, tentar ser admitido em um tratamento experimental com um medicamento em fase de testes contra o câncer. Ele recebeu a autorização para participar como voluntário do programa realizado pelo centro de tratamento de câncer M.D Anderson e retornou para o Brasil. Os dois remédios testados em Alencar atuavam na causa do sarcoma, ou seja, na célula responsável pela formação do tumor, e não nas células cancerígenas. O medicamento já havia obtido resultados satisfatórios em outros 30 pacientes.

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No começo de julho, porém, as dores abdominais voltaram e Alencar teve que antecipar sua ida ao hospital, marcada para os dias seguintes. Desta vez, os médicos, que haviam optado por esperar os resultados do tratamento com o novo medicamento, recomendaram uma nova cirurgia de seis horas para a desobstrução intestinal. A operação também serviu para que eles retirassem 10 nódulos do abdômen do vice-presidente.

Em maio de 2010, quase um ano depois da última internação, esteve hospitalizado por dois dias em virtude de anemia e congestão pulmonar. Na ocasião, afirmou que sua doença estava regredindo a cada dia e brincou dizendo que o tumor estava sendo “espantado no tiro.”

Alencar seguia o tratamento contra o câncer com sessões de quimioterapia quando, em julho, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês com quadro de hipertensão. Voltaria ao mesmo hospital em setembro para tratar um edema agudo de pulmão; em 6 de outubro para substituição de um cateter no rim esquerdo; em 25 de outubro para tratar um caso de obstrução intestinal e, dias depois, um infarto agudo do miocárdio; em novembro, para a retirada de parte do intestino delgado; em dezembro, por conta de uma grave hemorragia no abdômen, que lhe impediu de estar presente na posse da petista Dilma Rousseff, em 1º de janeiro.

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Essa última internação durou 33 dias. Em fevereiro, foi novamente internado, por causa de uma peritonite, inflamação na membrana que reveste a parte interna do abdômen. Permaneceu no hospital por 35 dias. A derradeira internação ocorreu na segunda, por causa de uma perfuração no intestino. Durou mais um dia.

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