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Guedes defende vacinação privada com doação de doses para o SUS

Ministro disse que clínicas particulares deveriam poder comercializar imunizantes desde que houvesse contrapartida ao sistema público

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 fev 2021, 11h07 - Publicado em 30 jan 2021, 13h43

Enquanto grandes empresas tentaram viabilizar uma compra internacional de 33 milhões de doses da CoronaVac para a imunização de seus funcionários, o ministro da Economia Paulo Guedes defendeu o uso de clínicas privadas de vacinação como alternativa para acelerar a imunização de brasileiros durante a pandemia. Pela proposta de Guedes, debatida durante reunião ministerial na semana passada, clínicas particulares poderiam comercializar doses de quaisquer fabricantes desde que se comprometessem a doar para o Sistema Único de Saúde (SUS) até três vacinas para cada uma que fosse vendida na rede privada.

Diante da disputa mundial pela compra de imunizantes que possam fazer frente ao novo coronavírus, a proposta de Paulo Guedes de vacinação privada é considerada inviável neste momento, embora não completamente descartada por integrantes do governo para o médio prazo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na terça 26 que as farmacêuticas que fabricam os biofármacos anti-Covid têm de honrar os contratos assinados com os países do bloco, um sinal claro de que os europeus estariam dispostos a barrar a exportação de doses contra o novo coronavírus. A AstraZeneca por sua vez, que desenvolveu uma vacina à base de adenovírus de chimpanzé com a Universidade de Oxford e era alvo de negociações por parte de grandes empresas brasileiras, afirmou que não tem disponibilidade para comercializar seus produtos a particulares.

A VEJA, o infectologista, pesquisador da Fiocruz e ex-diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde Julio Croda disse que a proposta de vacinar em clínicas privadas com a contrapartida de doação de vacinas para o SUS não resolve o principal problema hoje na pandemia: a imunização de grupos prioritários para permitir que o sistema de saúde não fique sobrecarregado. “Viável e ético é vacinar quem tem mais risco de morrer. Se não respeitarmos o Plano Nacional de Imunizações, que prevê vacinar profissionais de saúde, depois pessoas cima de 75 anos e depois pessoas entre 60 e 74 anos, mesmo que se vacine a população que pode pagar não teremos impacto em termos de queda de internação e óbito, que são os objetivos primordiais no momento”. “Como o setor privado não tem condições de gerar impacto na redução de mortes e internações, sua participação agora, ainda que vendendo uma vacina e doando três, reforça a desigualdade da população”, declarou Croda.

Apesar de a venda de doses anti-Covid estar por ora descartada, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) mantém negociações para a comercialização por volta de abril de um lote de 5 milhões de imunizantes Covaxin, produzidos pela farmacêutica Bharat Biontech, da Índia. O antígeno ainda não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está na fase 3 de estudos clínicos, situação em que voluntários testam a eficácia e segurança do produto. Sem o aval da Anvisa, a Covaxin se soma à Sputnik V, vacina russa sem testagem entre brasileiros e sem autorização do órgão regulador e que busca na justiça o direito de ser aplicada no Brasil.

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