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Greve de motoristas de vans tira Eduardo Paes da festa da bandeira olímpica

Manifestantes cercam estádio do Maracanã com 3.000 veículos estacionados. Prefeito candidato à reeleição vê motivação política de grupos que querem controlar o transporte

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
15 ago 2012, 11h46

“É lamentável que se faça política com uma coisa tão séria como o trânsito. Para mim está claro que trata-se de um movimento político de donos de cooperativas. Os organizadores desse protesto têm uma reunião marcada há 15 dias para amanhã. Por que parar o trânsito hoje?”, argumentou Paes

O dia deveria ser de festa para o prefeito Eduardo Paes, que planejava percorrer o Rio de Janeiro com a bandeira olímpica. Mas um protesto de motoristas de vans tornou a quarta-feira caótica para os cariocas e para Paes, candidato à reeleição. Desde o início da manhã, cerca de 3.000 vans, kombis e veículos do transporte alternativo estão estacionados ao redor do estádio do Maracanã, na zona norte, concentrados para manifestações pela cidade. A escolha do local não parece ter sido por acaso: o estádio é uma das principais arenas para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Paes teve que abrir mão da primeira apresentação da bandeira, no Complexo do Alemão, prevista para as 9h, com presença do governador Sérgio Cabral e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. O prefeito vê, no ato dos motoristas, motivação política e uma forma de pressionar a prefeitura a ceder às reivindicações da categoria, aproveitando-se do período eleitoral.

“É lamentável que se faça política com uma coisa tão séria como o trânsito. Para mim está claro que trata-se de um movimento político de donos de cooperativas. Os organizadores desse protesto têm uma reunião marcada há 15 dias para amanhã. Por que parar o trânsito hoje?”, argumentou Paes. “Eu fiquei triste de não pode levar a bandeira ao Alemão, que é um lugar muito simbólico, mas teremos outras oportunidades”, disse, em entrevista por telefone ao site de VEJA.

Os manifestantes, que se concentram desde a madrugada nos arredores do Maracanã, têm uma série de reivindicações, como o uso dos pontos de ônibus da cidade, o direito de usar as faixas preferenciais para os ônibus e uma nova licitação. “Qualquer protesto é válido. Só não vale prejudicar as pessoas, os trabalhadores. O que eu estou pedindo é respeito às pessoas. Por mim eu dava licença para todo mundo, mas não posso fazer isso. Existem regras. A cidade não pode viver essa esculhambação por conta de pressão política. Eles estão usando o motorista trabalhador como massa de manobra. O trabalhador de van e a população é que acabam pagando o pato. A má notícia pra eles é que não vou ser coagido. Não estou nem aí para eleição”, disse.

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Algumas ruas na região da Tijuca, na zona norte, estão praticamente paradas e milhares de usuários de transporte alternativo ficaram sem vans hoje de manhã. Os manifestantes vão passar pelo centro até o Aterro do Flamengo, onde vão estacionar e fazer uma assembleia.

“São muitos os interesses. O interesse que eu quero defender é o do motorista trabalhador, o sujeito que comprou sua van parcelada em não sei quantas mil vezes, que sustenta sua família. Esse trabalhador vai receber sim a possibilidade de participar de uma licitação e ganhar sua licença individual sem se submeter a nenhum tipo de delinquente ou empresário que vai usar como massa de manobra. Mas não posso fazer isso agora por causa do processo eleitoral”, disse Paes.

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