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Grampo revela preocupação do ‘homem de Dilma’ na Eletrobras com delação de empreiteiro

Alvo de operação deflagrada nesta quarta pela PF, Valter Cardeal é flagrado em diálogo com o também investigado Othon Luiz Pinheiro da Silva sobre reportagem de VEJA que revelava o relato de Ricardo Pessoa, da UTC, sobre cobrança de propina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jul 2016, 11h25

O engenheiro Valter Cardeal, ex-diretor da Eletrobras, sempre foi considerado o braço direito da presidente afastada Dilma Rousseff no setor elétrico. Apelidado de “homem de Dilma”, ele foi hoje levado em condução coercitiva para prestar esclarecimentos da Operação Pripyat, que desarticulou mais uma ramificação da organização criminosa instalada para recolher propina de obras da usina nuclear de Angra 3.

Embora a fase ostensiva da investigação tenha chegado apenas agora a Cardeal, o ex-dirigente já tinha entrado há tempos no radar dos investigadores da Operação Lava Jato. Conforme revelou VEJA, o nome dele foi citado na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia. A conversa nada republicana escancarava pedidos de propina para a campanha à reeleição de Dilma em 2014. Do mesmo lado como operadores da arrecadação criminosa, Valter Cardeal e o notório João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, já condenado no petrolão.

A preocupação de Othon e Cardeal
A preocupação de Othon e Cardeal (VEJA)

Um grampo da Polícia Federal que embasa as investigações mostra Cardeal “preocupado com a repercussão de denúncias de cobrança de propina”. O interlocutor é o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, alvo de um pedido de prisão nesta quarta-feira. O motivo da aflição do engenheiro: uma reportagem de VEJA que revelou sua atuação como arrecadador de propina para a campanha da petista. A conversa telefônica é de 11 de julho de 2015, três semanas antes de Othon ser preso pela primeira vez na Lava Jato. Ao longo de sete minutos e 44 segundos, Cardeal reclama do esquema revelado por VEJA e do depoimento em que Ricardo Pessoa o incrimina e detalha como ele atuou para recolher propina e entregar o dinheiro a Vaccari. “Tu sabe o que aquele filha da p. daquele Ricardo fez?”, questiona Cardeal. Em seguida, ele próprio resume o caso publicado em VEJA: “Ele disse que nós…que a Eletrobras né…que fez uma negociação intensa pra baixar dez por cento. E baixando dez por cento, então ele…que ele só aceitou seis né! E que a diferença né…eu mandei que ele desse…que eu mandei…que eu conversei com o tal Walmir Pinheiro e coisa e tal…tem que ler aí! Que eu mandei dar pro…pro…que eu mandei dá (sic) pro Vaccari!”. “É uma matéria muito pesada”, diz.

Walmir Pinheiro a que Cardeal faz referência é Walmir Pinheiro Santana, braço direito de Ricardo Pessoa e também delator da Operação Lava Jato. As revelações de Pinheiro já haviam sido cruciais para a deflagração, no final do ano passado, da Operação Catilinárias, braço da Lava Jato com foco em políticos com foro privilegiado. Documentos do executivo e os depoimentos de sua delação premiada também embasam o processo em que a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer responde por abuso de poder político e econômico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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