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Graça Foster questionou prejuízo por desvios na Petrobras

Em reunião do Conselho de Administração, ex-presidente da estatal contestou valor de perdas causadas pela corrupção revelada na Operação Lava Jato

Por Da Redação
11 Maio 2015, 08h24

Então presidente da Petrobras, Graça Foster disse em reunião do Conselho de Administração da estatal ocorrida no último dia 12 de dezembro que qualquer valor que fosse declarado no balanço anual da empresa para medir as perdas com o escândalo do petrolão seria falso. “Essa de dizer que eu só posso mostrar para o mercado a certeza absoluta dessa questão da Operação Lava Jato é uma inverdade, porque jamais acontecerá. Só daqui a três, cinco ou dez anos. Quando isso tudo for julgado e sair o valor dessa operação toda”, disse Graça aos conselheiros.

Em determinado momento foram apresentadas as datas-limite para a empresa apresentar o balanço, que, à época, estava atrasado. Diante do calendário, um dos presentes indagou: “O juízo final é 28 de fevereiro, então?”. Graça interveio e disse: “Não há a menor perspectiva racional de ter esse número exato. Não há”. Em seguida, ela lançou o desafio: “Se o jurídico acha que há, por favor, pode se manifestar”. Não houve resposta.

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A avaliação de Graça registrada em áudio não consta da ata oficial daquela reunião de 12 de dezembro. A Petrobras costuma gravar em áudio ou vídeo as reuniões. Esse material foi enviado à CPI da Petrobras que funciona na Câmara na semana passada. A estatal não comentou a divulgação do conteúdo dos encontros e afirmou se tratar de um “vazamento ilegal”.

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O balanço da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2014 sofreu atrasos a partir do momento em que a consultoria PriceWaterhouseCoopers se recusou a assiná-lo sem antes saber dos resultados das investigações da Operação Lava Jato. A recusa da empresa de auditoria ocorreu em novembro do ano passado.

A estatal viria a divulgar em abril o balanço do terceiro trimestre de 2014, devidamente auditado, dois meses depois de Graça deixar o cargo e ser substituída por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil. Nele foi incluída uma estimativa de perda de 6,194 bilhões de reais por causa da corrupção entre os anos de 2004 e 2012.

A divulgação é obrigatória para empresas de capital aberto tanto pela legislação brasileira quanto pela dos Estados Unidos, onde a estatal também é listada em bolsa. A falta do balanço, além de criar instabilidade nos preços das ações da empresa no mercado, pode levar credores a exigir o pagamento antecipado de dívidas, prejudicar o caixa e a nota de crédito da companhia. O resultado informa o mercado e os acionistas sobre a saúde financeira da empresa, como a capacidade de honrar pagamentos, de fazer novos investimentos e de obter financiamentos.

(Com Estadão Conteúdo)

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