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Governo eleva multa para caminhoneiro que fechar via

Punição será de 19 154 reais aos organizadores dos bloqueios, e de 5 746 reais para quem for flagrado interrompendo o trânsito

Por Felipe Frazão 10 nov 2015, 19h08

Numa ofensiva contra os caminhoneiros que organizaram uma manifestação pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo vai editar uma Medida Provisória (MP) para elevar as multas previstas para quem obstruir estradas federais.

O governo Dilma vai instituir um novo artigo no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para elevar de 1 915 reais para 19 154 reais a sanção aos organizadores dos bloqueios, e para 5 746 reais a quem efetivamente for flagrado interrompendo o trânsito com automóveis, caminhões ou motos. Os novos valores passarão a valer nesta quarta e dobram em caso de reincidência. Mais de cem multas foram aplicadas desde a segunda-feira, conforme o governo.

O atual artigo 174 do CTB será mantido, mas a MP acrescenta o 253-A, que fixa como infração gravíssima quem “usar veículo para deliberadamente interromper, restringir ou perturbar a circulação na via”. Além de multa, apreensão de veículo e pontuação na carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir por um ano, os infratores poderão ficar até dez anos com crédito bloqueado para financiar compra de veículos automotores.

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Os grevistas bloquearam rodovias em catorze Estados nesta terça e não deram prazo para o fim da manifestação. Às 19h, o balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicava catorze pontos de manifestação pelo país, ante 49 no mesmo horário de segunda-feira. Nesta noite, a PRF informa o bloqueio total de uma rodovia em Tocantins e o parcial de outra no mesmo Estado, além de dois bloqueios parciais em Santa Catarina, seis no Paraná, um em Mato Grosso, um em Mato Groso do Sul e dois em Minas Gerais.

“Não se trata de uma ação para calar opositores, mas de uma ação em defesa do interesse público”, disse o ministro José Eduardo Cardozo.

Mais cedo, Cardozo disse que a PRF estava autorizada a usar a força para desobstruir as estradas federais bloqueadas e determinou que fosse aplicada multa. Ele também autorizou a Tropa de Choque da Força Nacional de Segurança a agir em auxílio à PRF.

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O Comando Nacional do Transporte, organizador da paralisação, afirmou que tinha por objetivo forçar a renúncia da presidente da República, Dilma Rousseff. No entanto, no segundo dia da greve sem adesão popular, os caminhoneiros decidiram reivindicar a criação do frete mínimo, a redução do preço do óleo diesel e a liberação de crédito com juros subsidiado.

No Rio de Janeiro, a presidente Dilma disse que interditar as estradas era “crime”. “Reivindicar nesse país é direito de todo mundo. Nós construímos a democracia para que isso não fosse crime. Agora, esse é um país responsável. Interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo de alimentos e combustíveis, isso tem componente de crimes já previstos. Vamos garantir que não haja qualquer prejuízo para a economia popular. Obstruir é crime”, declarou Dilma.

“Não sabemos qual a pauta dessa manifestação, não consigo vislumbrar em que pontos fazer negociação e os sindicatos de caminhoneiros todos estão contra”, disse Cardozo. “No Estado Democrático de Direito, em que as pessoas podem adotar caminhos normais para se manifestar, é inaceitável. Uma manifestação política que está sendo feita através de marcos não aceitáveis numa democracia. Prejudica-se o abastecimento, a circulação e serviços essenciais.”

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O governo também vai autorizar a contratação, por meio de pregão, de serviços particulares para remoção e guarda dos veículos apreendidos.

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