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Governo cogita distribuir dividendos das estatais à população

Proposta está sendo analisada pelos ministros Paulo Guedes e Ciro Nogueira, que apostam na iniciativa para conquistar mais apoio popular às privatizações

Por Daniel Pereira 31 jul 2021, 20h13

O governo cogita distribuir dividendos das estatais à população. A ideia está sendo analisada pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Ciro Nogueira. Ainda não há um esboço detalhado da proposta, que deve seguir a seguinte lógica: o valor distribuído será maior quanto maior for o lucro das empresas. Companhias deficitárias puxarão o montante a ser repartido para baixo. Com a iniciativa, Guedes acha que pode aumentar o apoio da população às privatizações — pelo menos das estatais que operam no vermelho.

Quando assumiu o cargo, o ministro chegou a dizer que a negociação de estatais poderia render 1 trilhão de reais aos cofres públicos. Vendeu otimismo e entregou poucos resultados nessa seara. Em junho passado, o Congresso aprovou a medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. O governo também promete empenho para negociar com a iniciativa privada a venda dos Correios. Ciro Nogueira costuma dizer que ainda há espaço para as privatizações “apesar” do presidente Jair Bolsonaro, que nunca demonstrou entusiasmo nem por esse tema nem pelas reformas estruturantes.

Os dois ministros têm bom diálogo, apesar de Ciro Nogueira ser responsável indiretamente pelo sucessivo esvaziamento do outrora “superministro” Paulo Guedes. No ano passado, o Centrão, com o apoio da oposição, foi decisivo para o aumento do valor da primeira rodada do auxílio emergencial de 200 reais, conforme proposto pela Economia, para 600 reais. Neste ano, foi justamente a nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil que obrigou Bolsonaro a recriar o Ministério do Trabalho, tirando-o do guarda-chuva de Guedes.

Antes de decidir se o governo distribuirá dividendos das estatais, a dupla tem outro desafio bem mais urgente: anunciar em breve um novo Bolsa Família. A meta é dobrar o valor médio do benefício e rebatizar o programa, cujo nome é associado ao ex-presidente Lula (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, com vantagem de mais de 20 pontos no primeiro turno, segundo o Datafolha, sobre Bolsonaro. Até a semana passada, o Bolsa Família passaria a ser chamado de Auxílio Brasil.

Ciro Nogueira quer que a boa nova marque o início de sua gestão. Ele já deixou claro para Guedes que topa trabalhar pela aprovação de regras que permitam o financiamento do novo programa de transferência de renda. Sua única ponderação é que o reajuste do benefício tem de ser suficiente para cobrir a perda do poder de compra decorrente da disparada da inflação. Caso contrário, o novo Bolsa Família — ou Auxílio Brasil — não terá o efeito desejado pelo presidente: a recuperação de sua popularidade.

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