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Governo acena com reposição de ponto cortado

Categorias que aceitarem acordo com proposta de 15,8% de reajuste receberão por dias parados. Planalto deu prazo até terça para sindicatos responderem

Por Da Redação
27 ago 2012, 10h29

Com muita conversa e poucos resultados, terminou neste domingo o mutirão de dois dias de negociações do governo com categorias do serviço público que reivindicam melhores salários, em meio a uma onda de greves e protestos que já duram três meses. Foram realizadas doze rodadas com os sindicatos no fim de semana. Todos rejeitaram a proposta de 15,8% de reajuste, fatiado em três parcelas. Mas comprometeram-se a dar a resposta final nesta terça-feira, depois de apresentar os números oferecidos pelo governo às categorias.

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, admitiu que o governo reverterá a decisão de cortar os dias parados para as categorias que fecharem acordo, mediante compromisso de reposição do serviço acumulado. Ressalvou, porém, que a anistia não é automática e as negociações são distintas. “Uma é a negociação da reposição do trabalho, das horas que foram decorrentes da greve. Se houver a possibilidade de acerto sobre a reposição das horas de trabalho, faremos acordo, mas um não depende do outro”, observou. Nessa hipótese, segundo ele, o governo devolverá o dinheiro descontado dos grevistas.

Mendonça disse que aqueles que não aceitarem ficarão sem reajuste em 2013 e só voltarão a negociar salário no próximo ano. “Ponto final: de agora até terça, o governo só vai aguardar retorno e fechar acordos para mandar o projeto do Orçamento ao Congresso, com reajuste apenas para as categorias que aceitaram a proposta”, afirmou. “Saio bastante satisfeito e confiante que a grande maioria aceite o reajuste.”

O governo jogou duro na negociação e conta com o fim do movimento, desgastado pela longa paralisação, o corte dos dias parados e a falta de perspectiva, além do risco real de ficar sem aumento algum no próximo ano.

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Na prática, a maior parte das categorias deixou a resposta para a última hora como tática de ganhar tempo. Uma ficou esperando pela outra, na esperança de conseguir algo a mais no contracheque. Desde o início das negociações, porém, o governo se manteve firme na proposta de reajuste linear de 15,8%, dividido em parcelas de 5% de 2013 a 2015.

Rio de Janeiro – Os servidores públicos federais lotados no Rio de Janeiro vão ser os mais punidos com o corte de ponto determinado pela presidente Dilma Rousseff nos salários de 11.495 grevistas. Motivo: 40% dos funcionários punidos estão lotados em repartições públicas da União do estado. Esse alto índice de “prejudicados” no Rio é fruto de uma realidade que se perpetua cinquenta anos depois de a capital federal ter sido transferida para Brasília.

O Rio detém até os dias de hoje o maior contingente de servidores: cerca de 20% de todo o funcionalismo público federal da ativa contra 12% dos servidores lotados em Brasília. Dados do Boletim Estatístico de Pessoal, referentes a maio de 2012 e publicados pelo Ministério do Planejamento, mostram um contingente ainda maior de servidores lotados no Rio, se forem levados em conta os aposentados e pensionistas.

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Do total de 265.219 pessoas que vivem às custas dos cofres públicos federais no Rio de Janeiro, 92.459 são aposentados, 70.507, pensionistas e 102.253 servidores estão na ativa.

A alta concentração de funcionários públicos no Rio acaba influenciando nas campanhas eleitorais e até nos programas partidários. “É evidente que os servidores públicos têm um peso grande nas campanhas. O candidato que não considera isso, perde a eleição”, observa o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que conta com um eleitorado forte no funcionalismo público.

(Com Agêncio Estado)

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