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Greenwald diz que Moro perderia cargo ‘em qualquer país democrático’

Jornalista fala na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, na tarde desta terça-feira, 25

Por Da Redação Atualizado em 25 jun 2019, 20h47 - Publicado em 25 jun 2019, 15h24

O jornalista Glenn Greenwald disse, nesta terça-feira, 25, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não negou, em nenhum momento, a veracidade das mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil, envolvendo o então juiz federal e o procurador Deltan Dallagnol. “Ele disse apenas que o material poderia ter sido alterado”, afirmou.

Greenwald é ouvido em uma audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 25, desde as 15h.

Greenwald afirmou que ficou “chocado” quando teve contato com o material enviado à equipe do The Intercept Brasil por uma fonte anônima. Ele disse que, “em qualquer país democrático”, Moro sofreria consequências graves, como perda do cargo de ministro ou proibição para exercer a função pública. “Esse material vai continuar sendo reportado e ele [Moro] não pode fazer nada para impedir isso”, disse.

Na sessão desta terça-feira, o jornalista também rebateu as declarações de que o conteúdo foi obtido de forma ilegal. Greenwald disse que “não tem importância nenhuma” o método utilizado por uma fonte para obter uma informação. “O jornalismo mais importante nas ultimas décadas foi baseado em informações e documentos muitas vezes roubados”, afirmou.

Greenwald questionou a postura de Moro na troca de mensagens sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo o site, o atual ministro de Bolsonaro pediu para Dallagnol não investigasse o tucano, por se tratar de alguém cujo apoio era “importante”. “Isso não é corrupto ou antiético? Um crime para impedir uma investigação?”, questionou.

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Em outro momento da sessão, Glenn disse Deltan Dallagnol e os demais procuradores foram “tão subservientes que vocês [deputados] vão ter vergonha”, fazendo referência a possíveis novos vazamentos. “Todas as coisas que Sergio Moro queria, aconteceram, porque ele era o chefe desse processo”.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse que Glenn cometeu uma “estupidez” ao divulgar as mensagens, porque as reportagens do site incentivarão as manifestações previstas para o próximo dia 30 de junho a favor da Operação Lava Jato. “Onde estão os áudios que você [Glenn] diz que tem? Se o senhor não provar, é criminoso. Se comprovar a veracidade, é criminoso também, porque invadiu o celular de alguém”, disse a parlamentar do partido do presidente da República. Em resposta, o jornalista disse que Zambelli iria se arrepender de sua fala se os áudios vierem à tona. Na sequência, a deputada deixou a sessão.

Desde o dia 9 de junho, o site The Intercept Brasil tem publicado reportagens sobre conversas do atual ministro da Justiça e Segurança Pública com o chefe da força-tarefa da Lava Jato.

No dia 14 de junho, o site revelou que Moro pediu aos procuradores uma nota à imprensa para responder ao que classificou como “showzinho” da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o depoimento do petista no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo.

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Greenwald foi convidado pelos deputados Camilo Capiberibe (PSB-AP), Carlos Veras (PT-PE), Márcio Jerry (PCdoB-MA) e Túlio Gadelha (PDT-PE).

Como informa o blog Radar, um forte esquema de segurança foi montado para entrada no plenário. Apenas funcionários designados e com crachá especial poderão entrar na sessão da Câmara.

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Reportagem de capa de VEJA também mostrou como a atuação de Moro nos casos da Lava Jato alçou o juiz ao posto de celebridade – imagem que começa a mudar com a divulgação das mensagens. Os diálogos são inequívocos: mostram o estabelecimento de uma relação de coope­ração incompatível com a imparcialidade exigida por lei de qualquer juiz.

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