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Gilmar Mendes defende políticos e critica aplausos a seus algozes

Para ele, transição à democracia ocorreu graças à ‘habilidade dos políticos’ e não do Judiciário e do MP; ataques aproveitam debilidade do Parlamento, diz

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 dez 2017, 18h15

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez nesta quinta-feira, no plenário da Corte, uma defesa da classe política e afirmou que instituições que atacam os políticos se aproveitam da “debilidade institucional do Parlamento”. As declarações foram dadas no julgamento de três ações da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) contra decisões das Assembleias Legislativas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Mato Grosso que anularam prisões preventivas de parlamentares estaduais.

“Criou-se um clima de conflagração e de ataque geral, que é muito estimulado pela mídia, em relação ao Parlamento. É muito curioso o ânimo geral, tipo de delenda [destrua, em latim] política e delenda políticos. Se nós olharmos a estabilidade institucional que logramos até aqui, inclusive a transição que se fez no Brasil sem guerra civil, sem confrontos, é graças à habilidade de políticos. Não consta que tenha sido construído pelo Ministério Público ou pelo Judiciário”, afirmou Gilmar, que votou pela possibilidade de as assembleias revogarem prisões de deputados estaduais.

Ao citar a transição da ditadura militar para o regime democrático, o ministro listou nomes de parlamentares como Ulysses Guimarães, José Sarney, Franco Montoro e Marco Maciel. Gilmar também disse que “certamente” há “pessoas respeitáveis” no Congresso e declarou que medidas aprovadas pelos parlamentares, como a PEC do teto dos gastos e da reforma trabalhista, fazem o Brasil “voltar a crescer”.

“Nós fazemos um discurso em geral de ataque aos políticos, e nossas práticas também, aproveitando-nos de um momento de debilidade institucional do Parlamento. Isso nós precisamos saber ler. Estamos contribuindo seriamente para instabilidade institucional ao desvalorizarmos as instituições, ao banalizarmos leituras heterodoxas do texto constitucional”, criticou.

É muito curioso o ânimo geral, tipo de delenda política e delenda políticos. Se nós olharmos a estabilidade institucional que logramos até aqui, inclusive a transição que se fez no Brasil sem guerra civil, sem confrontos, é graças à habilidade de políticos. Não consta que tenha sido construído pelo Ministério Público ou pelo Judiciário

Gilmar Mendes, ministro do STF
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Ainda conforme Gilmar Mendes, a mídia estimula os ataques à classe política. “Nós estamos fazendo o que eles querem, se nós assumirmos o papel de algozes da política e dos políticos, claro, seremos aplaudidos e nossos pecadilhos vão ser escondidos, até algum momento”.

Cármen Lúcia

Após a manifestação do ministro, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, pediu a palavra e disse não ver “demonização da política, até porque fora da política sobra muito pouco para uma salvação”.

“Eu acho que o que pode acontecer às vezes é uma interpretação incorreta de algumas decisões que são tomadas. Até porque aqueles que devem, qualquer cidadão, mesmo os parlamentares, que tenham dívida com a sociedade e estejam sendo processados, têm um encontro marcado com a lei em um estado de direito. Apenas para enfatizar que o Supremo Tribunal não tem o papel e nem poderia, absolutamente, demonizar a política”, completou.

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