Gilberto Carvalho diz não falar de Operação Porto Seguro
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência preferiu se calar sobre caso de corrupção envolvendo ex-chefe de gabinete e número dois da AGU
Sempre pronto a comentar sobre assuntos que envolvem o governo federal, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, se recusou nesta terça-feira a falar sobre os desdobramentos da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que desbaratou o esquema de venda de pareceres e laudos técnicos em órgãos federais.
“Não vou falar da operação. Não, não, não vou falar”, disse o ministro, após participar do evento “Juventude negra, juventude viva: diálogos governo e sociedade civil”, no salão leste do Palácio do Planalto. “Não vou falar, só falo do tema de hoje (juventude negra)”, respondeu o ministro, deixando o salão.
O governo demitiu na segunda-feira a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, e o advogado-adjunto da União, José Weber Holanda Alves, envolvidos no esquema, segundo a PF.
Em entrevista publicada na edição desta terça-feira no jornal O Estado de S.Paulo, o ministro da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams, admitiu ter sido politicamente atingido pelo escândalo envolvendo seu ex-braço direito. “É claro que me atinge. Não tenho como negar. Mas minha preocupação maior não é essa”, disse Adams. “A instituição tem de dar resposta a este evento para continuar a exercer seu papel em favor da governabilidade. Temos de responder a essa situação para manter a credibilidade da AGU.”, defendeu.
(Com Estadão Conteúdo)