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Galinhada, futebol e sono: a madrugada dos deputados

Apreciação da MP dos Portos consumiu 40 horas e tomou duas madrugadas. Desacostumados, parlamentares se viraram para combater o tédio

Por Gabriel Castro, de Brasília
16 Maio 2013, 16h07

A Câmara dos Deputados realizou um esforço incomum para aprovar a Medida Provisória (MP) dos Portos. Tanto na terça quanto na quarta-feira, as sessões se prolongaram pela noite e duraram toda a madrugada. Os trabalhos só foram concluídos na manhã desta quinta-feira. A base aliada dependia de quórum para aprovar a proposta. A oposição precisava marcar presença em plenário para tentar impedir a aprovação do texto. Por isso, a Câmara abrigou cenas inusitadas durante as duas últimas madrugadas.

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O primeiro obstáculo de sessões que duraram mais de 18 horas é a fome. Como é tradição em votações longas, pacotes de biscoitos Mabel foram distribuídos no plenário pelo gabinete do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Não duraram muito. O cafezinho da Câmara continuou aberto enquanto a sessão funcionava, mas o estoque não suportou a demanda.

Por isso, o deputado Fábio Ramalho (PV-MG) salvou muitos colegas quando pediu a sua cozinheira que providenciasse um tacho de comida nas duas madrugadas. O cardápio: arroz carreteiro num dia, galinhada no outro.

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Enquanto os debates se prolongavam, muitos deputados sucumbiram ao sono. “Tirei dois cochilos maravilhosos”, contava Mendes Thame (PSDB-SP) ao colega Bruno Araújo (PSDB-PE) na madrugada de quarta. Como Esperidião Amin (PP-SC), Paulo Pimenta (PT-RS), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e vários outros, ele se contentou com as cadeiras do plenário. Alguns preferiram as poltronas do cafezinho, mais confortáveis – era o caso de Policarpo Fagundes (PT-DF).

O ânimo dos deputados era maior na primeira noite no plenário. Camilo Cola (PMDB-ES), que completa 90 anos em junho, permaneceu em plenário durante toda a sessão. Para passar o tempo, deputados leram jornal, navegaram na internet e até resolveram outros afazeres – um deles aproveitou para fazer exercícios de seu curso de inglês.

Na segunda sessão os sinais de exaustão eram mais evidentes. Mas ao menos havia um atrativo contra o tédio: o jogo entre Corinthians e Boca Juniors, transmitido pela televisão do cafezinho.

Com o sono e a exaustão, os ânimos se exaltavam e os parlamentares davam sinais de cansaço mental. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS) chamou o seu liderado Glauber Braga (RJ) de Glauber Rocha – como o cineasta – na manhã desta quinta.

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Poucas horas antes, Vanderlei Macris (PSDB-SP) deu mostras de descontrole: subiu à tribuna e rasgou um exemplar do regimento interno da Casa quando Henrique Eduardo Alves anunciou mais uma prorrogação na sessão, à espera de quórum. Apesar de eventualmente participarem de sessões com longa duração, os deputados nunca haviam participado de um esforço tão grande: graças à obstrução de partidos oposicionistas, a aprovação da MP exigiu mais 40 horas de trabalho em plenário – 22 delas ininterruptas.

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