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Futuro governador de SP, França ameaça demitir apoiadores do PSDB

Atual vice de Alckmin, ele diz que, ao assumir o cargo, não admitirá secretários que não apoiem sua candidatura ao governo: ‘ficar como inquilino não dá’

Por Ricardo Chapola e Guilherme Venaglia
Atualizado em 2 fev 2018, 13h42 - Publicado em 1 fev 2018, 19h16

O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), afirmou que vai demitir todos os secretários do PSDB caso o partido decida lançar candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes na eleição deste ano. O recado surge no momento em que ele tenta convencer o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a apoiar sua candidatura ao Executivo paulista em troca de uma aliança com o PSB no âmbito federal.

França assume o governo do estado em abril quando Alckmin terá que se desincompatibilizar para disputar a Presidência da República. “Alguns queriam ficar no meu governo e apoiar candidato do PSDB. Ficar como inquilino. Isso não dá”, disse França a VEJA. “Quem está no meu governo não pode fazer campanha para outro”, completou.

Atualmente, o PSDB tem onze das 26 pastas da máquina estadual: as secretarias de Governo, Casa Civil, Planejamento e Gestão, Energia e Mineração, Justiça, Desenvolvimento Social, Transportes Metropolitanos, Saúde, Educação, Logística e Transportes e Pessoa com Deficiência.

As demais secretarias são ocupadas por partidos da aliança que reelegeu Alckmin, como PTB, PV e DEM. “Não seria o caso de uma ameaça. Quando eu assumir o governo, se o PSDB tiver candidato, eles [apoiadores de uma candidatura do PSDB ao governo de SP] vão ter que sair caso queiram apoiar o candidato deles. Seria o justo”, argumentou o vice-governador.

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Após a publicação desta nota, Márcio França procurou VEJA para argumentar que não se trata de “demitir” os secretários aliados ao PSDB, mas de um processo natural dentro do governo estadual caso não haja composição eleitoral com estas legendas. Fica mantida, no entanto, a decisão de formar seu governo com aqueles que estiverem engajados em sua candidatura à reeleição.

Prioridade

Tucanos ouvidos pela reportagem temem que Alckmin perca totalmente o controle da máquina que o PSDB comanda em São Paulo há 20 anos caso a legenda decida lançar candidatura própria ao governo. Para o ex-governador Alberto Goldman, o partido precisa dar prioridade ao projeto nacional – ele sugeriu que a legenda abra mão da candidatura própria em SP.

“A eleição presidencial, é fato, é o desafio mais importante para o futuro do país. Os interesses que a envolvem podem nos levar a avaliar o quadro estadual”, disse. Com as vagas abertas dos secretários tucanos e de outros, que deixem as pastas para disputar as eleições de 2018, França teria muito a oferecer em troca de partidos que aceitarem apoiá-lo.

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O primeiro acerto já foi feito. A Secretaria de Transportes, por exemplo, hoje nas mãos de Clodoaldo Pelissoni, aliado de Alckmin, vai ser entregue ao PR, que comanda a área a nível nacional. Essa alteração será a contrapartida oferecida pelo vice-governador em troca do apoio à candidatura dele, que o partido formalizou no começo do mês.

Ninho tucano

Dentro do PSDB, a hipótese de não ter candidato próprio em São Paulo tem ganhado força. Um aliado histórico de Alckmin criticou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que ainda procura apoio interno para entrar na disputa estadual. Segundo esse tucano, “política não dá certo para quem tem ejaculação precoce”. Ele fez referência ao fato de Doria já ter cogitado ser candidato a presidente quando tinha acabado de assumir a prefeitura.

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Mas há quem resista. Herdeiro do cargo caso Doria concorra ao governo, o vice-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse a VEJA que o partido terá candidato ao Executivo paulista “sem nenhuma dúvida”. Sobre as possíveis demissões de secretários estaduais por França, Covas questiona: “O Márcio pretende concorrer sem o apoio do governador Alckmin?”.

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