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Funaro ameaçou atear fogo em casa de delator com os filhos dentro, diz PGR

Apontado como o operador de propinas do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Funaro teria ameaçado pelo menos três delatores

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2016, 19h46

Apontado como o operador do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Bolonha Funaro foi preso na manhã desta sexta-feira não apenas por causa das suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa no âmbito de esquema do petrolão. Conforme pedido de prisão preventiva apresentado pela Procuradoria-Geral da República e acatado pelo Supremo Tribunal Federal, Funaro também representava um risco à vida de ao menos dois delatores da Lava Jato, tendo inclusive ameaçado atear fogo na casa de um deles. Detalhe: com os filhos dentro.

Ao destacar elementos que indicam “concreta periculosidade” do operador, o ministro Teori Zavascki chamou atenção para trecho do documento assinado Rodrigo Janot em que apontou que Funaro chegou a ameaçar o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e seus familiares em razão de desentendimentos no pagamento de propinas.

No início de 2012, narrou Janot, Fábio Cleto e Lúcio Funaro acabaram brigando por causa das cobranças “agressivas”. O fator culminante para a separação dos dois “foi quando Funaro ameaçou colocar fogo na casa do depoente, com os filhos dentro”.

Janot destacou ainda que a “ousadia” do operador “é conhecida no meio em que circula” e citou episódio em que Funaro ameaçou de morte Milton Schahin, dono do grupo Schahin, em razão de disputa econômica. “Ora, se Funaro é capaz de ameaçar de morte um ancião em razão de disputas comerciais, não há dúvidas de que não se rogará a prejudicar a investigação sobre os fatos que o incriminam”, afirmou o procurador.

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O delator Nelson José de Mello, ex-diretor da fabricante de produtos de saúde e bem-estar Hypermarcas, também relatou ter sofrido ameaças de Funaro. Ao cobrar insistentemente o pagamento de propinas, o doleiro, em tom ameaçador e agressivo, disse a Mello que ele não sabia “com quem estava se metendo” e lhe pediu para repensar a posição de não pagar a dívida porque “tinha um amigo e não valia a pena perder isso”.

Diante das investidas de Funaro, que ocorreram até recentemente, o ex-diretor tentou se desvencilhar do operador: chegou a mudar de endereço, de telefone celular e até apagou aplicativos no telefone. Sem sucesso. Em fevereiro deste ano, Nelson Mello recebeu uma correspondência do operador em que pedia para entrar em contato com ele e, no mesmo dia, uma ligação em sua residência cobrando um encontro.

Em meio à resistência de entrar em contato com o doleiro, Mello recebeu, em março, uma ligação da secretária de Eduardo Cunha deixando o recado de que o peemedebista precisava falar com ele “com urgência”. No pedido de prisão, Janot aponta para uma “estreita” relação entre Cunha e Funaro.

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