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Forças Armadas criticam general que aventou intervenção militar

Ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversou com o comandante do Exército sobre as declarações do general Antonio Hamilton Martins Mourão

Por Da Redação
Atualizado em 18 set 2017, 16h22 - Publicado em 18 set 2017, 11h04

O general do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão falou por três vezes na possibilidade de intervenção militar em palestra realizada na noite desta sexta (15), na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília. A atitude causou desconforto em Brasília. Oficiais-generais ouvidos criticaram a afirmação.

“Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então teremos que impor isso”, disse o general em palestra gravada.

Por fim, afirmou que militares fazem juramento de “compromisso com a pátria”, independentemente de serem “aplaudidos ou não”. E encerrou: “O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver, haverá.”

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, foi enfático e disse que “não há qualquer possibilidade” de intervenção militar. “Desde 1985 não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir. Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes”, afirmou Villas Bôas, acrescentando que a Força defende “a manutenção da democracia, a preservação da Constituição, além da proteção das instituições”.

Depois de salientar que “internamente já foi conversado e o problema está superado”, Villas Bôas insistiu que qualquer uso das Forças Armadas será por iniciativa de um dos Poderes. No sábado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversou com o comandante do Exército, que telefonou para Mourão para saber o que havia ocorrido. O militar, então, explicou o contexto das declarações.

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Polêmicas anteriores

Esta não é a primeira polêmica protagonizada por Mourão, atual secretário de economia e finanças do Exército, cargo para o qual foi transferido em outubro de 2015, quando perdeu o Comando Militar do Sul por ter feito duras críticas à classe política e ao governo.

Antes, ele já havia desagradado ao Palácio do Planalto, ao ter atacado indiretamente a então presidente Dilma Rousseff (PT), ao afirmar que  “a mera substituição da PR (presidente da República) não trará mudança significativa no ‘status quo'” e que “a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”.

Procurado neste domingo, Mourão afirmou que não estava “insuflando nada” e que a interpretação das suas palavras “é livre”. Ele disse que falava em seu nome, não no do Exército, e que apenas respondeu a uma pergunta”.

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Perguntado sobre como seria executada tal intervenção, ele responde que “não existe fórmula de bolo” para isso. E emendou: “Isso não é uma revolução. Não é uma tomada de poder. Não existe nada disso. É simplesmente alguém que coloque as coisas em ordem e diga: atenção, minha gente, vamos nos acertar aqui e deixar as coisas de forma que o país consiga andar, e não como estamos. Foi isso que eu disse, mas as pessoas interpretam as coisas cada uma de sua forma. Os grupos que pedem intervenção é que estão fazendo essa onda em torno desse assunto.”

Mourão estava fardado ao fazer a palestra. Ele permanecerá no serviço ativo até março do ano que vem, quando passará para a reserva.  Mourão que não vai se candidatar, apesar de existir página nas redes sociais sugerindo seu nome para presidente da República. “Não. Não sou político. Sou soldado.”

(Com Estadão Conteúdo)

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