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Final embolado

O estreante Witzel entrou no segundo turno do Rio de Janeiro com ampla vantagem sobre Eduardo Paes. Mas a distância diminuiu quando ele ficou mais conhecido

Por Luisa Bustamante Atualizado em 26 out 2018, 07h00 - Publicado em 26 out 2018, 07h00

O segundo turno para o governo do Rio de Janeiro começou parecendo decidido. Um desconhecido ex­-juiz, Wilson Witzel (PSC), entrou na reta final com 41,2% dos votos, desbancando o então favorito Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital, que obteve apenas 19,5%. De traço nas pesquisas durante a maior parte da campanha, Witzel de repente apareceu em ascensão desabalada, impulsionado pela declaração de apoio a Jair Bolsonaro no último debate entre candidatos. A esse bordão acrescentou, nos comícios e inserções de TV que se seguiram, a condição de novo na política, adversário da corrupção (juiz, ainda por cima) e implacável na resolução de “abater” bandidos.

Passados mais de dez dias de campanha de segundo turno, a vantagem de Witzel ficou mais apertada. Pesquisa do Ibope divulgada na terça 23 mostrava o ex-juiz caindo nos votos válidos, de 60% para 56% (e sua rejeição em alta de 4 pontos porcentuais), enquanto Paes subia de 40% para 44% (e a rejeição recuava 2 pontos). O ex-prefeito está na frente na capital, onde votam 40% do eleitorado. A mudança, segundo especialistas, é resultado da exposição de uma pessoa sobre a qual não se sabia quase nada. A campanha de Paes, ao mesmo tempo que enaltece suas obras e o sucesso da Olimpíada, realizada em sua gestão, martela a amizade do adversário com um advogado que já defendeu o traficante Nem da Rocinha e a acusação de que ele usou um dos operadores do esquema de corrupção de Sérgio Cabral para tentar se aproximar do ex-­governador. Witzel nega tudo.

Ao que parece, Witzel não conseguiu pregar no ex-prefeito a pecha de amigo do PT — muito embora repise a todo instante sua inegável proximidade com o antigo aliado Cabral e seus companheiros condenados à prisão, como Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa e mandachuva do MDB do Rio, partido pelo qual Paes foi eleito prefeito duas vezes. A troca de farpas entre os dois candidatos tem sido tão intensa que o Ministério Público Estadual se queixou na Justiça do excesso de demandas judiciais contra ofensas mútuas que está recebendo.

Para encostar no rival, Paes terá de crescer 6 pontos em seis dias nas intenções de voto, uma empreitada e tanto. A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, diz que viradas desse tipo só acontecem se aparece um fato novo relevante — “algum evento que impulsione ainda mais o crescimento”. Paes ganhou um empurrão na quarta 24 quando o pastor Silas Malafaia, que apoia Bolsonaro e representa uma fatia importante dos evangélicos no estado, lhe fez elogios públicos (Witzel tem 56% dos votos desse eleitorado; o ex-prefeito, 30%). Para quem esperava jogo jogado, os números mostram que há bola para rolar nos instantes finais da eleição no Rio.

Publicado em VEJA de 31 de outubro de 2018, edição nº 2606

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