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FBI diz que levaria 103 anos para decifrar os dados da Odebrecht

PGR pediu a ajuda de americanos para decifrar dados da empreiteira; Ministério Público da Suíça diz que operação era "altamente profissional"

Por Da redação
24 jan 2017, 09h21

Quase um ano após os investigadores da Operação Lava Jato identificarem servidores da Odebrecht na Suíça, parte das informações da empreiteira sobre pagamentos de propinas pelo mundo continua em segredo. Sem conseguir acessar os dados, protegidos por uma série de códigos e chave de segurança, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu até ao FBI, órgão de investigação dos Estados Unidos.

A resposta dos americanos, porém, não foi nada animadora. Em comunicado ao procurador-geral, Rodrigo Janot, o FBI disse que, mesmo usando toda a sua tecnologia disponível, precisaria de 103 anos para superar as sofisticadas camadas de proteção dos servidores da Odebrecht.

A existência destes servidores na Suíça foi revelada no início de 2016 por funcionários do Setor de Operações Estruturadas, o “departamento de propinas” da empreiteira. Eles afirmaram que, para consultar os documentos, o sistema exigia um código secreto que era trocado diariamente, além do uso de uma chave no computador central. Os funcionários disseram que desconheciam esta chave.

Conexão

Após o pedido de ajuda dos investigadores brasileiros, o FBI indicou que estava disposto a colaborar e que poderia romper o código se soubesse qual havia sido o último computador a fazer uma conexão ao servidor. Uma vez mais, porém, os funcionários da Odebrecht indicaram que não tinham esse controle e não saberiam dar uma resposta. Segundo eles, eram os altos executivos da empresa que davam as ordens para os pagamentos de propinas.

O FBI, então, avisou a Janot que poderia iniciar um processo para tentar romper o código. Mas, que, por suas previsões, teria de fazer simulações com diferentes combinações de códigos por 103 anos para que pudesse superar o sistema de proteção criado pela Odebrecht.

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Uma saída encontrada pela Procuradoria-Geral da República foi buscar a cooperação da Suíça, que classificou a operação da empresa brasileira como “altamente profissional”. Berna, segundo os brasileiros, conseguiu acesso a cerca de um terço do material contido nos servidores. Em um documento revelado no fim de dezembro, o Ministério Público suíço confirmou que os servidores têm “uma enorme quantidade de dados” sobre pagamentos de propinas.

Neles, informações equivalentes a dois milhões de páginas de documentos poderiam ser retiradas, “incluindo e-mails, ordens de pagamentos, conferências e contratos que serviriam para justificar pagamentos”. “Além disso, milhares de listas foram confiscadas e pagamentos relatados por meio do sistema ilegal foram listados, com datas, o valor e o nome dos recipientes”, informou o Ministério Público suíço.

Segundo Berna, um ex-executivo da Odebrecht, Fernando Miggliaccio, apagou parte dos rastros nos servidores. Ele fez isso em fevereiro de 2016, pouco antes de ser preso em Genebra tentando encerrar contas bancárias e retirar pertences de cofres.

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(Com Estadão Conteúdo)

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