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Favoritismo de Lira e Pacheco marca a reta final para eleição no Congresso

Os dois parlamentares ganharam pontos com o governo ao reagirem com firmeza às invasões bárbaras e ao se solidarizarem com Lula

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jan 2023, 08h00

Embora esteja preocupado em consolidar apoios em partidos que já orbitam em torno do seu governo — e garantir menos sobressaltos no Congresso —, o presidente Lula não deve ter maiores dores de cabeça em outro assunto prioritário neste início de ano no Parlamento: a definição do comando das duas Casas do Legislativo, sempre potenciais fontes de encrenca para o Palácio do Planalto. A pouco mais de uma semana da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, os candidatos apoiados pelo petista — o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — são favoritos para ser reeleitos para mais dois anos.

O quadro parece bem definido na Câmara, onde Lira se aproximou de Lula após a eleição, ao reconhecer imediatamente a vitória do petista e a ajudar na aprovação da PEC da Transição. Lira concorre praticamente sozinho — o único a se insinuar como adversário é Luiz Philippe de Orleans e Bragança, do PL, legenda que tem um acordo para apoiar o presidente da Câmara, mas se vê fracionada entre bolsonaristas e deputados do “Centrão raiz”. Siglas de esquerda, como o PSOL, também avaliam ter candidato só para “marcar posição”. Lira tem o apoio de dezesseis partidos, que somam mais de 400 deputados — para evitar um segundo turno, ele precisa de 257 dos 513 votos.

No Senado, o cenário exige maiores cuidados de Pacheco. Aliados do mineiro estimam que, apoiado por siglas como PT, MDB e União Brasil, ele consiga mais de cinquenta votos — são necessários 41. O PL, a maior bancada, com catorze cadeiras, lançou o ex-ministro Rogério Marinho (RN). Ancorado no bom desempenho da direita para o Senado em 2022, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, referendou a postulação de Marinho, que vinha balançando. O cacique diz que há votos para derrotar Pacheco, embora seja inegável que a candidatura bolsonarista tenha sido atingida em cheio pelo ataque de terroristas ao Congresso. Uma das prerrogativas da presidência da Casa é dar seguimento a pedidos de impeachment de ministros do STF, alvos de apoiadores de Bolsonaro — que já tentou o impedimento de Alexandre de Moraes, negado por Pacheco. Embora mais moderado que Hamilton Mourão (Republicanos-­RS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES), Marinho é homem de confiança de Bolsonaro. “O 8 de janeiro isolou o bolsonarismo na Câmara e no Senado. Lira poderá ser reeleito sem a ajuda dos bolsonaristas, assim como Pacheco”, diz o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da FGV.

Tanto Lira quanto Pacheco ganharam pontos com o governo ao reagirem com firmeza às invasões bárbaras e ao se solidarizarem com Lula. “Todos que tiveram responsabilidades serão punidos, inclusive parlamentares que postaram vídeos publicando inverdades sobre as agressões ao prédio da Câmara”, afirma Lira. A preocupação dele agora é com a segurança para a posse dos parlamentares, no dia 1º de fevereiro, quando haverá a eleição nas duas Casas. “Todo o planejamento está sendo bem cuidado para que não haja nenhum tipo de surpresa.”

Publicado em VEJA de 25 de janeiro de 2023, edição nº 2825

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