Exigência de Temer inviabilizou acordo em torno da candidatura de Lula
Ex-presidente queria deixar de ser tratado como "golpista" por petistas
Um petista habituado às negociações e articulações políticas e um dos responsáveis pela tentativa de aproximação entre Michel Temer e a legenda garante que o ex-presidente da República estava bastante propenso a trabalhar para formalizar uma aliança em torno da candidatura de Lula ainda no primeiro turno, em detrimento do nome de Simone Tebet.
Como contrapartida, Temer exigiu apenas que o PT abandonasse o tratamento de “golpista” que a legenda vem colando à sua imagem desde os tempos do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. O movimento não apenas deu errado como provocou a ira de Dilma depois que o emedebista ensaiou uma trégua durante uma entrevista, destacando que a antiga companheira de chapa, de quem foi vice, era “honestíssima”. “Não use minha honestidade para aliviar sua traição”, reagiu Dilma, deixando claro que não pretende engolir a mágoa tão cedo.
Embora pudesse render bons frutos eleitorais, a aliança era considerada improvável até por quem estava costurando o acordo. “Pedir que o PT deixe de tratar o impeachment como um golpe seria exigir demais do partido”, diz esse petista de altos costados.