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Executivo da Andrade Gutierrez cita ‘contribuição’ a pedido do senador Edison Lobão

Preso na 16ª fase da Lava Jato, Flávio Barra não explicou se o dinheiro seria caixa dois de campanha, propina por alguma obra ou contrapartida por favores políticos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jul 2015, 14h06

Preso na 16ª fase da Operação Lava Jato, o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio David Barra, afirmou em depoimento à Polícia Federal em Curitiba que, em reunião com o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, foi instado a fazer uma “contribuição” ao PMDB a pedido do senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia. De acordo com o executivo, o pedido ocorreu entre agosto e setembro do ano passado, durante um encontro entre representantes do consórcio Una 3, formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia, responsável pelas obras da usina de Angra 3.

O dinheiro, contudo, não teria sido repassado. Segundo o depoimento, nem mesmo o executivo Dalton Avancini, que integrava os quadros da Camargo Corrêa e admitiu, após acordo de delação premiada, ter pago propina no escândalo do petrolão, concordou em fazer o pagamento. Aos policiais, Flávio Barra não explicou se a “contribuição” seria caixa dois de campanha, propina por alguma obra ou uma “contrapartida” por favores políticos.

Lobão não foi candidato nas eleições de 2014 e, de acordo com o depoente, teria sido apenas a autoridade a pedir a contribuição eleitoral das construtoras para o PMDB. O nome do senador já havia aparecido em outros depoimentos da Operação Lava Jato. De acordo com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o senador já havia atuado como responsável por pedir doações de campanha para a então candidatura à reeleição da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). Indicado para a diretoria de Abastecimento da petroleira pelo PP, Costa disse ter retirado do habitual caixa de propina do partido na empresa a parcela enviada à ex-governadora. Como titular da pasta de Minas e Energia na época, Lobão pediu, segundo o delator, 1 milhão de reais a Costa “sem explicar a finalidade”. A defesa de Edison Lobão nega o episódio.

Silêncio – Embora tenha citado o senador, Barra permaneceu em silêncio em boa parte do depoimento. De acordo com a defesa, ele não respondeu às perguntas por não saber o teor da delação premiada do executivo Dalton Avancini, segundo quem o cartel de empreiteiras formado na Petrobras continuava a se reunir para discutir o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobras e da Eletronuclear, mesmo depois do estouro do escândalo do petrolão. Em relação à Angra 3, o delator disse que o processo licitatório das obras da usina incluía um acordo com a Eletronuclear para que a disputa fosse fraudada e direcionada em benefício de empresas como a Camargo Corrêa, UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Technit e EBE – todas elas reunidas em dois consórcios. Em agosto de 2014, em uma reunião convocada pela UTC Engenharia, o delator já havia detalhado a reunião falada nesta quinta por Flávio Barra e afirmado que foi discutido o pagamento de propina de 1% ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear.

Defesa – A defesa de Edison Lobão afirmou que não vai se manifestar sobre o depoimento porque não teve acesso à delação. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro afirma, entretanto, que Lobão “nunca pediu nada e nem autorizou ninguém a falar em seu nome”.

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