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Ex-secretário de Cabral cotado para articulação política do governo do Rio

André Lazaroni é homem forte do governador em exercício Cláudio Castro e favorito para assumir interlocução com Alerj

Por Cássio Bruno Atualizado em 25 set 2020, 12h46 - Publicado em 25 set 2020, 12h39

Com a afastamento definitivo do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), bem encaminhado e a lua-de-mel com o clã Bolsonaro, o governador em exercício Cláudio Castro (PSC) vai acelerar a reforma administrativa. Além das trocas já realizadas no secretariado com o aval da família presidencial, como na cúpula da Polícia Civil, Castro prepara o plano para a escolha do nome que terá o papel fundamental de fazer a interlocução política com a Assembleia Legislativa (Alerj). Nos bastidores, ganha força o ex-deputado estadual André Lazaroni (Solidariedade), recém-nomeado assessor especial da Casa Civil. Amigo do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), Lazaroni deverá ser alçado o novo secretário estadual de Governo da gestão Cláudio Castro.

André Lazaroni foi secretário dos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos do MDB e presos na Operação Lava-Jato. O ex-deputado, inclusive, é citado em uma investigação realizada pelo Ministério Público estadual sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a Organização Social Instituto Lagos Rio. De acordo com os promotores, Sildiney Costa, ex-diretor da OS, era dono da empresa Ascagel, escolhida, em 2013, para um contrato milionário com o governo do estado. O acordo teve a assinatura de Lazaroni quando ele comandava a pasta de Esporte e Lazer de Cabral.

A função de André Lazaroni na Alerj seria a mesma já exercida por Cleiton Rodrigues, ex-braço-direito de Wilson Witzel no início de seu governo e, depois, pelo ex-deputado federal André Moura. A interlocução com os deputados é fundamental para a governabilidade. A crise na gestão Witzel se agravou também porque o governador afastado entrou em rota de colisão com os parlamentares. Lazaroni atuou como deputado por quatro mandatos dentro da Alerj, onde se aproximou de Flávio Bolsonaro, ex-deputado e investigado pela prática da rachadinha – quando o político fica com parte do salário do funcionário do gabinete irregularmente.

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André Lazaroni é filho de Dalva Lazaroni, uma das fundadoras do Partido Verde (PV) e que morreu de câncer. No início da carreira, ele era conhecido como André do PV. Mas passou boa parte do tempo filiado ao antigo PMDB (hoje, MDB) de Cabral, Pezão e dos ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo e do ex-deputado federal Eduardo Cunha. Todos presos. Em 2018, Lazaroni perdeu a eleição para deputado federal. Atualmente, ele faz parte no núcleo de confiança de Cláudio Castro no governo.

Como revelou VEJA no último dia 18, André Lazaroni tem influenciado, por exemplo, nas indicações para o governo Cláudio Castro. Um deles é Leandro Alves, atual subsecretário de Legado Olímpico da prefeitura do Rio, para ocupar a Secretaria estadual de Esporte, Lazer e Juventude. Leandro é ligado a Lazaroni. A articulação está sendo feita pelo ex-deputado junto com Marcelo Magalhães, secretário Especial do Esporte, vinculado ao Ministério da Cidadania do governo Jair Bolsonaro. Marcelo é padrinho de casamento do senador Flávio Bolsonaro. Em nota, Marcelo negou conhecer Lazaroni. No entanto, VEJA mantém a informação. André Lazaroni quer emplacar ainda seu ex-chefe de gabinete Leandro Monteiro para comandar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Monteiro é coronel da corporação.

Nos últimos meses, antes mesmo de Witzel ser afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspeito de chefiar uma quadrilha que desviava dinheiro dos cofres públicos, Claudio Castro iniciou um processo de aproximação ao grupo político dos Bolsonaro. Tem participado até de agendas públicas ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, Castro sempre pede auxílio ao clã para escolher os novos integrantes do governo estadual, como mostrou VEJA no último dia 11. Em contrapartida, Castro conseguiu com o governo federal a prorrogação do Regime de Recuperação Fiscal, fundamental para evitar um colapso nas contas do estado.

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Outras mudanças

Nesta sexta-feira, 25, o governador em exercício Claudio Castro anunciou o novo secretário estadual de Saúde, pasta que é o epicentro da corrupção do governo Wilson Witzel. É o médico Carlos Alberto Chaves. Com fama de linha dura, Chaves foi integrante do  Grupo de Apoio Técnico do Ministério Público do Rio na área da saúde nos últimos 10 anos. Ele também dirigiu hospitais importantes, como o Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e o Getúlio Vargas, na Zona Norte da capital.

Cláudio Castro é suspeito de participar de um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão do governo estadual. O governador em exercício é citado por um dos delatores da Operação Catarata por recebimento de propina. Castro nega. Na ação, foram presos o ex-secretário de Educação, Pedro Fernandes (PSC), e a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB).

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