Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ex-presidente Dilma defende enfrentamento com militares

Mas é ironizada pelos próprios dirigentes do partido: "Temos um exército chinês escondido em algum lugar?"

Por Nonato Viegas Atualizado em 19 Maio 2020, 12h34 - Publicado em 19 Maio 2020, 10h41

Um diálogo ocorrido na última quinta-feira, 14, entre a ex-presidente Dilma Rousseff e um dos vice-presidentes do PT mostra os desafios que a legenda terá de superar para se afirmar viável eleitoral e politicamente para este ano e, principalmente, para 2022. A direção do partido discutia estratégias diante dos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro e buscava propor saídas para as crises econômica e sanitária que se agigantam com a pandemia.

Dilma decidiu citar um artigo do ex-ministro José Dirceu. O texto trata da politização das Forças Armadas no governo Bolsonaro, citando as nomeações de generais da ativa e da defesa que fazem do governo. Condenado por corrupção nos processos do mensalão e da Lava Jato, Dirceu escreveu que as Forças Armadas são uma instituição de Estado e não podem ser usadas como instituição de governo ou política. O ex-presidiário alerta para a possibilidade de um golpe.

A ex-presidente, que, assim como Dirceu, militou em grupos de extrema esquerda durante a ditadura, citou o artigo do companheiro petista para sustentar que o golpe é uma possibilidade real e precisa ser a pauta número 1 do PT nesse momento. Dilma pediu que o partido parta para o enfrentamento.

“O militarismo está de volta e a politização das Forças Armadas será inevitável, se não reagirmos e não dermos um basta a toda e qualquer ação militar fora dos marcos da Constituição”, discursou a ex-presidente, citando o texto de Dirceu. E concluiu, lendo o petista: “Frente à crescente reprovação de seu governo pela maioria do país e ao aumento do apoio popular a seu impeachment, Jair Bolsonaro não deixa dúvidas de que pretende dar um autogolpe de Estado. De novo vemos a ilusão política que não haverá golpe de Estado.”

Continua após a publicidade

A proposta de guerra de Dilma, porém, não empolgou seus interlocutores. Para a sua irritação, ainda ouviu de um dos vice-presidentes da legenda, Washington Quaquá, uma ironia: “E o que vamos fazer? Despertar o exército de terracota? Temos um exército chinês escondido em algum lugar?” A compreensão da cúpula do PT é que radicalizar o discurso agora não tem sentido prático nem é capaz de mobilizar a militância em tempos de pandemia, especialmente contra os militares.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.